Amigas foram assassinadas na mesma noite após uma ‘desagradar’ homem durante encontro 

Carin Salomão e Raquel Hostins foram encontradas mortas em Navegantes, SC, no final de junho — Foto: Reprodução/Redes sociais

O suspeito de matar duas mulheres na mesma noite em Navegantes, no Litoral de Santa Catarina, agiu após ter um desentendimento com uma das vítimas, concluiu a Polícia Civil. Ele conhecia uma das mulheres desde a infância e, em um encontro, teria se desagradado com uma fala dela, o que o levou a esfaqueá-la.

A segunda vítima foi morta porque chegou ao local. Ele não queria que ela soubesse do assassinato da amiga. As informações foram divulgadas pela Polícia Civil nesta sexta-feira (12).

Raquel Hostins, de 32 anos, e Carin Salomão, de 37, foram encontradas mortas no final da tarde de 22 de junho. Elas foram assassinadas a facadas no dia anterior, de acordo com a Polícia Civil, que concluiu o inquérito.

O suspeito está preso de forma cautelar desde o final da noite do dia do duplo homicídio.

O que aconteceu?

Em 21 de junho, Raquel e o suspeito se encontraram, de acordo com o delegado Roney Péricles, responsável pelo caso.

“O encontro foi na sexta-feira, pela manhã, eles passaram ali o dia juntos e a morte se deu no período da tarde”, resumiu.

O delegado detalhou que, inicialmente, os dois foram para a casa de Raquel. “No decorrer do dia, chegaram a sair algumas vezes, foram em outras conveniências, saíram para almoçar”, continuou.

No meio da tarde, os dois foram para a casa da mãe do suspeito, onde houve um episódio de violência por parte dele. Conforme o delegado, ele pediu o carro emprestado à mãe, que negou ao ver o estado de embriaguez dele.

“Ele teria arremessado uma pedra ao para-brisa e, após isso, ele teria saído de lá, e a vítima teria saído juntamente, só que cada um para um lado. Depois, ele voltou para a residência da vítima, quando aconteceu o fato”, resumiu.

Facas usadas nos crimes — Foto: Polícia Civil/Divulgação

Na casa de Raquel é que houve a discussão entre eles. Segundo o delegado, no depoimento formal à polícia, o suspeito não disse o motivo do desentendimento.

“Informalmente ele disse que ela teria dito alguma coisa para ele em relação a uma pessoa especial para ele e que ele não gostou, e isso teria sido o motivo principal de ele ter perdido a cabeça”, resumiu.

“Ele alega que ambos [suspeito e Raquel] estavam utilizando bebidas alcoólicas. Ele inclusive afirma que, após sair da casa de sua genitora, ele não foi de imediato para a casa da vítima porque ele ainda passou em uma outra conveniência, teria consumido mais bebida alcoólica. Relatou também que teria utilizado outras drogas ilícitas e que, após tudo isso, é que ele teria retornado à casa da vítima”, detalhou o delegado.

“Ele informa também que, em relação à segunda vítima [Carin], ele não tinha intenção”. O suspeito disse em depoimento que percebeu a presença dela quando ela estava na área de churrasqueira da casa.

“Ele ataca também de maneira a surpreender, para que ela não tomasse ciência do que ocorreu no interior da residência. Então ele age ali de forma a ocultar ou mesmo garantir a sua impunidade em relação à segunda vítima. Como ele mesmo disse em interrogatório, frase que ele mesmo expressou, ela estaria no local errado na hora errada, a segunda vítima”, declarou o delegado.

Indiciamentos

O suspeito foi indiciado por dois homicídios qualificados. Em relação a Raquel, as qualificadoras são motivo fútil, meio cruel e sem chance de defesa para a vítima.

As qualificadoras para o assassinato da Carin são as mesmas, com exceção do motivo fútil. No caso dela, esse item foi substituído. No lugar, a qualificadora é para assegurar a impunidade.

Conforme o delegado, juntos esses crimes somam 60 anos de prisão.

Antes do duplo homicídio, o suspeito já tinha antecedentes criminais por roubo e violência doméstica contra a ex, a irmã e a mãe.

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