Torcedor preso por atirar garrafa que feriu e matou palmeirense é indiciado por homicídio doloso

Gabriela Anelli, 23 anos, torcedora que morreu após ser ferida em confusão no jogo Palmeiras x Flamengo — Foto: Arquivo pessoal

O delegado do DOPE (Departamento de Operações Policiais Estratégicas), César Saad, disse nesta segunda-feira (10) que a Justiça decretou a prisão preventiva de Leonardo Felipe Xavier Santiago, de 26 anos, torcedor do Flamengo preso em flagrante por arremessar a garrafa que atingiu a palmeirense Gabriela Anelli e uma outra vítima. Ele também afirmou que o rapaz foi indiciado por homicídio doloso consumado.

Gabriela Anelli tinha sido internada na Santa Casa e morreu na manhã desta segunda. Ela sofreu duas paradas cardíacas depois de ser atingida pela garrafa de vidro no pescoço.

Segundo Saad, o agressor assumiu o risco de matar e, por isso, responderá por homicídio doloso. Ele é do Rio de Janeiro, estava em São Paulo para acompanhar a partida e não tinha passagem pela polícia.

“Ele arremessou uma garrafa, ele sabia que podia atingir o resultado morte e foi o que aconteceu”.

O delegado também afirmou que a polícia tenta localizar outros envolvidos na confusão e busca por imagens que tenham registrado o exato momento em que a garrafa é atirada.

“Temos diversas imagens de celular, estamos utilizando sistema de reconhecimento facial para que outros integrantes de torcidas e de outras pessoas que estavam na briga sejam identificadas.”

Familiares de Gabriela postaram homenagens

O irmão e a prima de Gabriela postaram homenagens em textos publicados nas redes sociais.

“A dor da família é imensurável. Não dá para acreditar em tanta maldade nesse mundo e a Justiça tão falha nesse Brasil. Nossa família não merece passar por esse luto”, escreveu nas redes sociais Mariana Anelli, prima de Gabriela.

Também pelas redes sociais, o Palmeiras postou lamentando o falecimento da torcedora.

“Lamentamos profundamente a morte da torcedora Gabriela Anelli, atingida por uma garrafa nas imediações do Allianz Parque, antes do jogo contra o Flamengo, no sábado. Não podemos aceitar que uma jovem de 23 anos seja vítima da barbárie em um ambiente que deveria ser de entretenimento. Manifestamos solidariedade à família da palmeirense e cobramos celeridade na apuração deste crime, que fere a nossa razão de existir e compromete a imagem do futebol brasileiro.”

Palmeiras lamentou a morte de torcedora — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Agredida na fila do estádio

Gabriela Anelli tinha 23 anos e estava na fila para entrar no Allianz Parque, estádio do Palmeiras, quando começou uma confusão entre torcedores organizados do clube e do Flamengo. PMs agiram e usaram gás de pimenta para dispersar os dois grupos.

Felipe Marchiano, irmão de Gabriela, contou ao g1 que ela foi socorrida por uma ambulância que fica dentro do próprio estádio. A jovem foi operada na noite do próprio sábado.

Ele também relatou que a jovem costumava frequentar as partidas disputadas pelo Palmeiras na capital paulista com o pai e a mãe. Ele viajou do Paraná para São Paulo, no domingo, para acompanhar Gabriela no hospital.

“Só desejo que justiça seja feita. Um ser humano com pouco de miolo na cabeça não faria uma coisa dessa. Não só minha irmã, poderia acertar criança, uma mulher grávida, etc”, lamenta.

A confusão teve início na Rua Caraíbas, próximo ao portão “A” do estádio, após palmeirenses identificarem dois flamenguistas no local. De acordo com a SSP, palmeirenses passaram a perseguir os torcedores rivais para agredi-los.

Vídeos mostram os momentos após a confusão (veja acima). Uma equipe de patrulha da polícia interveio com bombas de efeito moral e lançador de água.

Com a ação da PM, o gás foi levado pelo vento para dentro do estádio, o que fez com que parte dos jogadores fosse atingida pelos efeitos do gás. A partida de futebol foi interrompida em dois momentos.

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