Após caso de gripe aviária em aves domésticas, ministro diz que “não há risco de fechamento de mercados”

8/11/2005REUTERS/Felix Ordonez

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, confirmou à CNN nesta terça-feira (27), que foi detectado o primeiro foco de gripe aviária em aves domésticas no Brasil.

O vírus da Influenza aviária (IAAP – H5N1) foi identificado em uma criação de subsistência localizada no município de Serra, no Espírito Santo, onde havia pato, ganso, marreco e galinha.

Atualmente, o Brasil registra 50 focos de gripe em aves silvestres, mas esta é a primeira vez que o vírus é verificado em aves domésticas, desde que a IAAP deu entrada no país, em 15 de maio.

Fávaro afirma que a pasta adotou medidas para evitar proliferação do vírus e que, por isso, não há riscos para o consumo interno e nem de fechamento de mercados internacionais.

“Isso não restringe nada no mercado. O grande combate é não deixar entrar em granjas comerciais. Primeiro dizer para a população que não há risco do consumo de carne de aves. Não há risco de contaminação, mas também não deve ficar manuseando os animais contaminados. O sistema de defesa vai lá, recolhe, dá o devido destino para que a gente possa continuar com segurança produzindo carne de frango e ovos com qualidade para população brasileira e também para as exportações”, explicou.

Como o Brasil possui status de país livre de gripe aviária, atualmente 35% do mercado mundial de frango é abastecido pela produção brasileira.

Pelas estimativas do governo, o país poderá alcançar de 42% a 45% desse mercado neste ano, desde que consiga manter o alinhamento com as normas técnicas e sanitárias.

“Não fecha mercado. Não pode é entrar em granjas comerciais. O nosso sistema de defesa está preparado. Os nossos criatórios, nossas empresas criadoras, a associação que representa esses produtores estão nos ajudando na conscientização, nas precauções, em todos os criatórios comerciais do Brasil”, explicou o ministro.

Em maio, o governo decretou estado de emergência zoossanitária no país por 180 dias diante do avanço do número de casos de influenza aviária.

Com isso, foi autorizada liberação de R$ 200 milhões para fortalecer o sistema de defesa.

“Tenho certeza que nós vamos continuar sendo um dos quatro países do mundo que tem o status de livre de gripe aviária. Certamente, em algum momento, o mundo precisa decidir se é caso de entrar com vacinação, se é modificar as questões de restrições porque, hoje, se entrar em uma granja comercial fecha o país todo para o comércio internacional, e quem vai suprir isso? Precisamos pensar no abastecimento global”, disse.

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