Passagem de ciclone no RS deixa ao menos 11 mortos e mais de 2.300 desabrigados, diz Defesa Civil

Reprodução/Twitter/@governo_rs

A Defesa Civil do Rio Grande do Sul informou que há 2.330 pessoas desabrigadas e 602 desalojadas no estado após a passagem do ciclone extratropical. O número de mortos subiu para 11. Na tarde deste sábado (17), cinco pessoas foram localizadas pelas equipes de resgate. Com isso, o total de desaparecidos caiu para 15.

As mortes foram registradas em Maquiné (3), São Leopoldo (2), Novo Hamburgo, Caraá, Bom Princípio, São Sebastião do Caí, Esteio e Gravataí.

Ao todo, 41 municípios recebem atendimentos. A prioridade neste momento é atender os moradores ilhados na região metropolitana de Porto Alegre, especialmente no Vale dos Sinos, e no litoral norte.

Mais de 2.400 pessoas precisaram ser resgatadas pelo Corpo de Bombeiros de residências, unidades de saúde e outros espaços inundados, ilhados ou em risco.

Segundo a corporação, já foram atendidas mais de 1.500 ocorrências, com efetivo de 440 bombeiros voltados exclusivamente a esse tipo de operação.

Foram registrados deslizamentos, enxurradas, inundações e quedas de pontes, além outras ocorrências que dificultam o acesso a áreas atingidas. Algumas estruturas foram interditadas por risco de colapso

A Defesa Civil emitiu alerta para risco de deslizamentos e inundações diante das cheias dos Rios Caí, Sinos Gravataí e Guaíba. Moradores de diferentes cidades estão desabrigados, desalojados e ilhados. O funcionamento de serviços públicos, escolas e eventos também foi interrompido, suspenso ou afetado.

Mais de 120 mil residências estavam sem fornecimento de energia elétrica até as 9 horas deste sábado, segundo a CEEE-Equatorial, responsável pelo serviço. Do total, 100 mil estão na Grande Porto Alegre e 20 mil no litoral norte.

Apoio do governo federal

Numa rede social, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), anunciou que irá a Brasília nesta semana em busca de mais ajuda do governo federal para os resgates e suporte às vítimas da tragédia.

Ele também disse que uma reunião entre Defesa Civil e prefeituras será realizada na segunda-feira (19) “para discutir os planos de trabalho no socorro às vítimas e rescaldo dos danos da tragédia”.

“Também na segunda-feira, reunirei o nosso time de secretários para alinhamento das ações do governo daqui por diante. Irei a Brasília nesta semana para intensificar as articulações por apoio aos municípios junto ao governo federal”, completou Leite.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), telefonou na sexta para o governador gaúcho. Uma comitiva com os ministros da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, chegou neste sábado ao estado e visitou com Leite os municípios atingidos. Eles também foram em cidades de Santa Catarina.

“Falamos com os governadores, com os prefeitos, as nossas equipes estão mobilizadas”, declarou Góes em rede social.

Em Maquiné, município que Leite visitou na sexta, centenas de famílias foram abrigadas no salão paroquial após as chuvas chegarem a 233 mm em 12 horas, com ventos de mais de 100 km/h.

Segundo Leite, os dois desaparecidos no município são moradores de uma mesma residência, atingida por um deslizamento. “Estamos dando toda a assistência”, disse, em anúncio ainda na noite de sexta-feira.

O governador também comentou sobre um levantamento que será feito sobre as famílias vulneráveis atingidas e danos às plantações. Maquiné tem cerca de 6,7 mil habitantes.

O prefeito de Maquiné, João Marcos Bassani (PDT), afirmou que foi a maior enchente já registrada no município e que mais de 200 famílias foram afetadas. “Claro que havia os alertas, mas a dimensão não era esperada. E muitas famílias foram pegas de surpresas, pelo nível de água que subiu”, declarou.

Na quinta-feira à noite, o prefeito fez um apelo para a população deixar as casas, o qual chamou a atenção nas redes sociais. “Estou pedindo, implorando: saiam”, dizia.

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