Mulher de 43 anos tem gêmeos em Salvador e um dos bebês nasce empelicado.

Por Alenilton Malta | De cara com as feras

Sexta-feira 05/05/2023

Jaqueline Oliveira tentou engravidar por 14 anos e teve meninos após inseminação artificial. Processo acontece naturalmente, mas não é comum.

Bernardo nasceu empelicado — Foto: Renata Casali

Com 3,5 kg, Bernardo Oliveira Ribeiro chegou ao mundo através de um parto raro no Hospital Português, em Salvador. Empelicado, o bebê que é gêmeo deixou a equipe médica e a fotógrafa maravilhada com o acontecimento atípico no mundo da obstetrícia.

Bernardo e Rafael nasceram em 1º de maio. Os bebês são filhos da administradora Jaqueline Melo Oliveira, de 43 anos, que mora no bairro de Stella Maris, na capital baiana. Ela não conseguiu ver o parto por causa do tecido colocado pela equipe médica, mas ficou encantada com as imagens do nascimento feitas pela fotógrafa Renata Casali.

“É incrível né? Perfeito. Parece um boneco saindo de uma bolha. Eu sempre via nas redes sociais de outras pessoas, mas nunca imaginei que aconteceria com o meu”, contou Jaqueline Oliveira.

Foto de Jaqueline e Darlan Ribeiro, pais dos gêmeos Rafael e Bernardo — Foto: Renata Casali

Rafael nasceu nasceu com 2,255 kg e 49 cm. Já Bernardo veio ao mundo com 3,5 kg e 45 cm. O parto foi feito pelo obstetra José Carlos Jesus Gaspar.

O especialista explicou que Bernardo ficou ligado a placenta pelo cordão umbilical. Depois que a bolsa foi rompida, ele teve o contato pele a pele com a mãe.

“É um processo que acontece naturalmente, mas não é comum”

“É muito belo, foi fotografado e a imagem ficou muito linda, porque é a imagem que, para nós, configura o estado em que o bebê se encontrava dentro do útero materno”, disse o obstetra.

Nascimento de Rafael, gêmeo de Bernardo — Foto: Renata Casa

Segundo José Carlos Gaspar, o parto de um bebê empelicado não traz maleficio algum nem para mãe e nem para o filho.

“Enquanto ele estava dentro da bolsa, isso significa que ele estava no ambiente que passou nos últimos nove meses. Não há uma mudança brusca do processo do nascimento”.

A bolsa, de acordo com o obstetra, pode ser rompida com um uso de uma pinça fina ou em alguns casos espontaneamente.

“Imagine uma bexiga cheio de água e você vem com uma pinça fininha e toca na bolsa, aí ela abre? Ela também pode romper”, explicou.

Rafael e Bernardo nasceram no dia 1° de maio — Foto: Renata Casali

A fotógrafa Renata Casali, responsável pelo registro, é especialista em fotos de partos na capital baiana. Ela trabalha com a missão de materializar o nascimento do bebê para sempre na vida dos pais há nove anos.

“Esses partos empelicados são mais raros de acontecer. Eu já fotografei outros, mas esse de Bernardo a foto ficou muito bonita, bem destacado dentro da bolsa”, contou.

Primeiro a profissional registou a vinda ao mundo do Rafael e depois ouviu a orientação surpresa do obstetra.

“O médico falou: ‘Vai sair empelicado, se posicione’. É um procedimento cirúrgico, então é tudo inesperado”.

Com isso, a fotógrafa viu o lado que o bebê ia sair da barriga da mãe, se reposicionou e fez a imagem.

Olhares atentos para o nascimento dos irmãos — Foto: Renata Casali

Por que o parto empelicado ocorre?

A bolsa amniótica é composta por uma película fina e transparente. É quando ela estoura que, normalmente, há a sinalização de que a criança está prestes a nascer. Quando o líquido amniótico vaza, a mãe entende que está há horas ou momentos do parto.

Nascimento de Bernardo Ribeiro — Foto: Renata Casali

Contudo, quando esta bolsa não se rompe, acontece o chamado parto empelicado. Não há risco para mãe ou para o bebê. Após a retirada do bebê envolvido pela bolsa, o médico faz um pequeno corte na película para que ela estoure e a criança seja, então, retirada. Não é possível prever quando esse evento pode ocorrer.

A partir daí, a criança segue para os procedimentos habituais, ou seja, os testes e exames são realizados pelo pediatra neonatal para avaliar a saúde geral do recém nascido.

Benefícios

Em alguns casos de nascimento do bebê empelicado, a situação pode proteger o recém-nascido, segundo os médicos.

Como por exemplo, quando a gestante tem alguma doença infecciosa e o bebê não deve entrar em contato com o sangue da mãe para não se contaminar.

Outro benefício listado pelos especialistas, é que a bolsa intacta protege o bebê contra possíveis traumas ou escoriações na hora do nascimento

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