Ucrânia volta a descartar negociação de paz sem devolução da Crimeia
Autoridades ucranianas de alto escalão reforçaram o posicionamento, nesta quinta-feira (6), que Kiev não fará concessões territoriais em sua luta contra a Rússia, após comentários de um deputado do gabinete do presidente ucraniano sobre o futuro da Crimeia.
Em comentários relatados pela primeira vez na quarta-feira (5) pelo Financial Times, o conselheiro presidencial Andriy Sybiha disse que, se uma contraofensiva ucraniana empurrasse as forças russas de volta à fronteira administrativa com a Crimeia, “estamos prontos para abrir (uma) página diplomática para discutir a questão.”
“Isso não significa que excluímos o caminho da libertação (da Crimeia) por nosso exército”, acrescentou.
A Rússia anexou a península do Mar Negro em 2014, em uma ação denunciada pela Ucrânia e muitos aliados ocidentais por violar o direito internacional. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, prometeu retomar o território enquanto o país luta contra a invasão em grande escala da Rússia, lançada oito anos depois de tomar a península.
Os dois países não conversam sobre o fim dos combates há um ano. A sugestão de que a Crimeia poderia estar em negociação tem sido essencialmente um tabu para as autoridades ucranianas desde os primeiros dias da guerra.
Os líderes ucranianos reafirmam sua posição: Andriy Yermak, chefe do gabinete presidencial da Ucrânia, pareceu reafirmar a postura da Ucrânia na Crimeia na quinta-feira.
Yermak disse que “o retorno de todos os territórios ucranianos” é fundamental. “Devolveremos tudo o que é nosso e o inimigo será levado à justiça”, postou em suas redes sociais.
Outro alto funcionário do gabinete do presidente, Mykhailo Podolyak, disse em um tweet que a base para “negociações reais” com o Kremlin é “a retirada completa dos grupos armados russos além das fronteiras internacionalmente reconhecidas da Ucrânia em 1991. Incluindo a Crimeia”.