Saiba quem era o matador de aluguel sérvio que foi assassinado 

Foto-Reprodução

O sérvio Darko Geisler Nedeljković, 43 anos, foi morto a tiros na última sexta-feira (5) em Santos, no litoral paulista. A Polícia Civil informa que o homem executado vivia clandestinamente no Brasil e estava na lista de procurados da Interpol.

Nedeljković era acusado de ser matador de aluguel na Europa e tinha mandados de prisão internacional por homicídios e porte de armas e explosivos.

No Brasil, Nedeljković dizia que era esloveno e se apresentava com o nome de Dejan Kovac. Ele não exercia atividade remunerada no país e, segundo a esposa, recebia dinheiro de familiares europeus.

De acordo com a imprensa europeia, Nedeljković nasceu em Pancevo, cidade localizada a cerca de 20 quilômetros da capital Belgrado.

Segundo o portal sérvio “Nova.RS”, Nedeljković pertencia a uma máfia chamada Skaljar. Ele seria responsável pela morte de dois desafetos: Baranin Andrija Mrdak, em 2014, e Vidak Vorotović, em 2012. O indivíduo morto em Santos é suspeito de ter participado de outros homicídios na Europa.

Vorotović foi assassinado com seis tiros na cabeça em um estacionamento localizado em frente a uma estação de trem. Conforme as investigações, o assassino utilizou um silenciador na arma que usou para efetuar os disparos.

Ainda segundo o portal “Nova.RS”, Vorotović seria ligado a um grupo criminoso rival daquele que Nedeljković fazia parte.

De acordo com outro site sérvio, o “Blic”, acreditava-se, na Sérvia, que Nedeljković estaria morto após o assassinato que ele cometeu em 2014, já que ele sumiu do país sem deixar qualquer vestígio.

O portal acrescenta que, após esse crime de 2014, Nedeljković fugiu para a Bósnia e Herzegovina, país vizinho da Sérvia. Segundo o site, ele estaria ferido quando fugiu, o que fez os criminosos locais acharem que ele estaria morto.

A imprensa do Leste Europeu cogita que a morte de Nedeljković possa ser uma vingança pelos crimes praticados por ele no país de origem.

Investigações no Brasil

Em entrevista coletiva realizada nesta quinta-feira (11), o delegado Luiz Ricardo Lara Dias Júnior, de Santos, afirmou que a Polícia Civil está investigando se o assassinado do sérvio tem ligação com o passado de crimes na Europa.

Logo após o homicídio, a polícia encontrou inconsistência na identidade da vítima e passou a investigar sua identidade. Entre essas inconsistências estava o fato de o passaporte esloveno com o nome que ele usava, Dejan Kovac, não possuía carimbo de entrada no Brasil, apenas de saída, em 2014.

Além disso, conforme as investigações, o filho do sérvio, de 4 anos, não apresentava o nome do pai no RG. Além disso, chamou atenção das autoridades o fato de Nedeljković não possuir atividade remunerada no Brasil.

Diante das suspeitas, os investigadores fizeram uma busca com a foto da vítima e localizaram o nome de Darko Geisler Nedeljković na lista de procurados da Interpol.

“Com a participação e apoio da Polícia Federal (PF), as autoridades de Montenegro nos enviaram as impressões digitais da pessoa, que era investigada naquele país”, explica o delegado.

As análises pelo Departamento de Inteligência da Polícia Civil (Dipol) atestaram que a impressão digital da pessoa investigada em Montenegro é a mesma da vítima de homicídio em Santos.

As autoridades de Montenegro ainda informaram à polícia brasileira que o passaporte apresentado por Nedeljković havia sido extraviado em 2017 e que o documento já pertence a outra pessoa.

Nedeljković foi baleado em frente ao prédio onde morava, no bairro Embaré, em Santos, no dia 5 de janeiro. Ele estava com o filho no momento em que foi surpreendido pelos criminosos. A esposa dele, uma brasileira, estava perto do local e presenciou o crime.

O sérvio chegou a ser resgatado, mas não resistiu aos ferimentos. A polícia ainda busca esclarecer quem matou o europeu e o motivo.

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