Nove das 21 metralhadoras furtadas por militares de quartel do Exército em Barueri são encontradas pela polícia na lama em São Roque, interior de SP

 Foto: Johan Carlos

Nove das 21 metralhadoras que foram furtadas por militares, em setembro, de um quartel do Exército em Barueri, Grande São Paulo, foram encontradas na madrugada deste sábado (21) pela Polícia Civil escondidas num lamaçal numa área de mata em São Roque, interior paulista.

Mais oito armas já tinham sido localizadas na última quinta-feira (19) pela Polícia Civil no Rio de Janeiro. Das 17 metralhadoras recuperadas, outras quatro continuam desaparecidas e são procuradas pelas autoridades.

O furto de 13 metralhadoras calibre .50 e de oito metralhadoras calibre 7,62 do Arsenal de Guerra São Paulo (AGSP), em Barueri, só foi verificado pelo Exército no último dia 10 de outubro.

Desde então, o órgão passou a investigar internamente e sozinho o desaparecimento delas e impediu a saída da tropa do quartel. Inicialmente, cerca de 480 militares foram impedidos de irem para casa e tiveram seus celulares confiscados. Mas 320 foram liberados e até este final de semana, 160 continuavam “aquartelados”.

O Exército constatou ainda que mais de três militares participaram do crime. A suspeita é de que eles foram cooptados por facções interessadas em comprar as metralhadoras para usarem em ações criminosas.

Apesar de não participarem diretamente das investigações do sumiço das armas, a Polícia Civil e a Polícia Militar (PM) de São Paulo foram orientadas pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) a ficarem em alerta e procurarem o arsenal furtado que pode colocar a população em risco. Armas como as metralhadoras .50 podem derrubar aeronaves.

Foto: Divulgação/Polícia Civil

As informações foram divulgadas pelo secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite.

“Desse trabalho de investigação é que surgiu a informação de que ontem haveria um carregamento de armas naquele local. Nós fizemos a diligência rapidamente e confirmamos. Os indivíduos nos receberam já armados. Efetuaram disparos contra os policiais que estavam na viatura. Os policiais revidaram. A viatura foi bastante alvejada por disparos de arma de fogo e esses indivíduos acabaram fugindo, num lugar bem ermo, escuro, à noite, numa estrada de terra”, disse o delegado Marcelo Prado, titular do 1º Distrito Policial (DP) de Carapicuíba.

O furto das armas foi descoberto no último dia 10 de outubro. De acordo com o Exército, os militares notaram, durante inspeção, o sumiço de 13 metralhadoras calibre .50 e de outras 8 metralhadoras de calibre 7,62. As metralhadoras .50 são conhecidas por terem poder de fogo e alcance para derrubar até aeronaves.

Na última quinta-feira (19), 8 metralhadoras foram localizadas na entrada da Gardênia Azul, na Zona Oeste do Rio. Até a última atualização da reportagem, ao todo foram encontradas 17 metralhadoras. Ainda são procuradas 4 armas de .50.

De acordo com Guilherme Derrite, a polícia conseguiu apurar que o armamento seria entregue para criminosos entre esta sexta-feira (20) e sábado (21), em São Roque, cidade do interior de São Paulo. Equipes foram até o local indicado e, segundo o secretário, houve troca de tiros. Ninguém foi preso.

“São cinco armas .50, e quatro calibre 7,62. Somadas com as que foram encontradas no Rio de Janeiro, pelas nossas contas, faltam quatro .50 a serem encontradas. As investigações continuam”, disse Derrite.

As armas foram recolhidas pela polícia e levadas até a delegacia de Carapicuíba. Uma equipe do Exército checou o material e confirmou que o armamento faz parte do arsenal furtado em Barueri.

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