Vencer virou uma rotina para o Vitória na Série B do Brasileiro. São 20 vitórias em 33 partidas. A segunda equipe que mais ganhou jogos até aqui tem 16 triunfos. O Rubro-Negro já venceu partidas jogando bem e jogando mal. Na noite da última sexta-feira, foi até São Luís e superou o Sampaio Corrêa no ritmo de um time campeã
“Repertório” é a palavra que resume a atuação do Vitória no Estádio Castelão. Fora de casa, o Rubro-Negro não foi dominante como costuma ser no Barradão, mas variou a maneira de atacar para vencer mesmo longe de seus domínios.
Primeiro, os comandados de Léo Condé criaram a partir de ligações diretas para Léo Gamalho, que fez bem o papel de brigar e receber os passes pelo alto. Depois, mais à vontade, e com a bola no chão, o Leão conseguiu fazer triangulações para avançar pelos lados do campo.
O Vitória levou perigo com as duas ideias, e também a partir de jogadas de bola parada, mas balançou as redes a partir de uma terceira possibilidade: o contra-ataque.
Com apenas seis toques, a bola saiu de Iury Castilho, no campo de defesa, passou por Matheusinho e Dudu, e chegou até Osvaldo, que dominou e encobriu Luiz Daniel em uma aula do Rubro-Negro
Ideias que o Vitória usou para ir ao ataque:
- Ligação direta para Léo Gamalho
- Triangulações pelos lados do campo com avanço dos laterais
- Bola parada
- Contra-ataque
O sistema defensivo teve mais dificuldades na partida, mas sobreviveu bem ao teste de entrar em campo sem Wagner Leonardo, principal referência defensiva, e muitas vezes ofensiva, do Rubro-Negro.
João Victor substituiu o camisa quatro e deu conta do recado com uma atuação sem erros graves. Quem flertou com o perigo foi Edson Lucas. Não exatamente por ter feito uma partida ruim, mas por ter passado boa parte do jogo com a ingrata missão de marcar Riquelmo e Pimentinha.
Quase sempre pelo lado direito do ataque, Riquelmo, no primeiro tempo, e Pimentinha, no segundo, foram as principais ameaças ao sistema defensivo do Vitória. Pelo meio, Robinho também ofereceu perigo. Mas entre um susto e outro, o Leão passou ileso pelo Estádio Castelão.
À medida que o relógio corria no segundo tempo, o Vitória trocou o repertório ofensivo por disciplina tática para se defender. Iury Castilho, por exemplo, virou um “auxiliar de lateral” para proteger o lado esquerdo da defesa dos avanços de Pimentinha.
E aí o que restou de ideia ofensiva foi o contra-ataque, que por pouco não encaixou para o segundo gol. Léo Gamalho e Railan receberam ótimos passes de Iury Castilho e Osvaldo, mas não conseguiram estufar as redes em finalizações de dentro da área. Welder também teve chances, no plural mesmo.
A partir dos 30 minutos, Léo Condé começou a fazer mudanças para renovar o fôlego do time. Saíram Edson Lucas e Léo Gamalho para as entradas de Zé Hugo e Giovanni Augusto. Matheusinho passou a atuar como lateral-esquerdo.
Mudanças do Vitória:
- Edson Lucas por José Hugo [aos 30 minutos do segundo tempo]
- Léo Gamalho por Giovanni Augusto [aos 30 minutos do segundo tempo]
- Iury Castilho por Welder [aos 33 minutos do segundo tempo]
- Dudu por Matheus Trindade [aos 45 minutos do segundo tempo]
- Wellington Nem por Osvaldo [aos 45 minutos do segundo tempo]
Os minutos finais da partida foram marcados por uma tentativa de abafa do Sampaio Corrêa e muitos contra-ataques do Vitória, que esteve mais perto de fazer o segundo gol do que de sofrer o empate.
O Vitória termina a 33ª rodada da Série B com cinco pontos de vantagem para o vice-líder. Ou seja, na prática, o Rubro-Negro só precisa de mais quatro rodadas para confirmar o inédito título nacional. O acesso está ainda mais perto e pode sair na sequência de jogos como mandante nas próximas rodadas.
Agora, o Rubro-Negro tem um confronto direto marcado para o dia 29 deste mês. No Barradão, o time recebe o Juventude, às 19h (horário de Brasília). Na rodada seguinte, será a vez do Vila Nova visitar o líder do campeonato no estádio onde ele não perde há dez partidas e sequer foi vazado nas últimas oito.