Abud Zakí, de 33 anos, nasceu na Faixa de Gaza. Ele retornou ao território palestino em junho do ano passado após passar 9 anos no Brasil. Ele e a família agora vivem o clima de terror que se instaurou depois que o Hamas realizou um ataque surpresa contra Israel, no último sábado (7).
Na segunda-feira (9), Israel convocou 300 mil reservistas e orientou palestinos a não saírem de casa. Mas a região da Faixa de Gaza, marcada pela pobreza e pela superpopulação, é descrita como “uma prisão a céu aberto”. Não há para onde fugir.
“A gente vai fugir [para] onde? Não temos abrigo. Sabe, aqui na Faixa de Gaza não existe isso”, relata o palestino em entrevista ao podcast O Assunto. “E a Faixa de Gaza inteira está perigosa, então não tem como fugir. A fronteira está fechada, não tem abrigos… A gente vai continuar em casa e vamos ver o que vai acontecer, a gente não tem nada pra fazer agora.”
O ministro da defesa de Israel, Yoav Galant, ordenou o bloqueio total em Gaza, cortando eletricidade, alimentos e combustível.
Em conversa com Julia Duailibi, o depoimento de Abud descreve um cenário cada vez mais dramático.
“Com essa guerra a gente tá ficando 30 horas sem a luz… Internet tá muito complicado, está cortando toda hora, você tem que sair na rua. Você vai para uma pessoa que tem luz, tem bateria, para conseguir usar a internet. Alimentação agora tá tudo fechado. Daqui a alguns dias, o povo na Faixa de Gaza vai morrer de fome, entendeu? Vai morrer de fome, de sede, porque não tem água, não tem alimentação, não tem nada. “