O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou a interlocutores que todos os estados e o Distrito Federal terão tratamento igualitário na tramitação da reforma tributária.
A afirmação foi um contraponto às declarações do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, em entrevista ao “Estado de S. Paulo” sobre a criação de um consórcio para defender os interesses do Sul e do Sudeste. A fala foi classificada quase como uma “declaração de guerra” entre as regiões do país.
Pacheco, mineiro como Zema, disse avaliar que alguns governadores estão em “modo eleição” – e que isso não pode contaminar a votação da reforma tributária.
A interlocutores, Pacheco classificou as declarações de Zema como “muito infelizes”, avaliou que o governador errou e disse esperar que o governador mineiro recue do anúncio.
“Não cultivamos em Minas a cultura da exclusão. JK, o mais ilustre dos mineiros, ao interiorizar e integrar o Brasil, promoveu a lógica da união nacional. Fiquemos com seu exemplo. Ao valoroso povo do Norte e Nordeste, dedico meu apreço e respeito. Somos um só país”, disse Pacheco
O presidente do Senado destacou ainda, a interlocutores, que a tributária é a reforma mais importante do país em muitos anos e tem potencial para impulsionar o crescimento do Brasil. Ou seja: na prática, Pacheco trabalha para que as declarações de Zema não prejudiquem a tramitação do texto.
O senador lembrou ainda que, no início do ano, parlamentares do Norte e do Nordeste confiaram voto a ele para presidir o Senado e o Congresso Nacional pelos próximos dois anos.
Dentro do Senado, a expectativa é que a reforma tributária seja aprovada na Casa até o final de outubro, e que as eventuais mudanças sejam chanceladas pela Câmara até o fim do ano.
Com isso, o texto poderia ser promulgado ainda em 2023 e o Congresso poderia regulamentar as novas regras em 2024. O governo conta com os mesmos prazos para elaborar o Orçamento do próximo ano e viabilizar promessas como o Novo PAC e a valorização do salário mínimo.