Nadando de braçada rumo ao tricampeonato, Max Verstappen saiu vencedor do GP da Espanha deste domingo, liderando de ponta a ponta após largar da pole position. O triunfo do holandês, porém, foi acompanhado pelo pódio duplo da Mercedes, que pôs Lewis Hamilton em segundo lugar e George Russell em terceiro. A equipe alemã supera a Aston Martin e assume a vice-liderança do Mundial.
Max agora soma 40 vitórias na carreira, a uma de igualar Ayrton Senna como quinto maior vencedor da história. Este também foi o quinto triunfo do bicampeão em 2023, o terceiro consecutivo após triunfos também em Mônaco, domingo passado, e no GP de Miami. Até agora, a RBR é a única equipe a ter vencido na F1, faturando todas as sete rodadas já disputadas nesta temporada.
Após largar da quarta colocação, Hamilton conquista seu segundo pódio neste ano, tendo faturado o primeiro ao chegar na segunda colocação no GP da Austrália. Para Russell, é a primeira vez entre os três primeiros colocados na atual temporada.
O resultado é mais um aceno positivo ao “novo” carro da Mercedes. A equipe alemã trouxe seu primeiro grande pacote aerodinâmico no GP de Mônaco no último domingo, prova que teve Hamilton em quarto lugar.
Destaque para a corrida de recuperação de Sergio Pérez: a estratégia de postergar seu pit stop, na volta 28, ajudou a mandá-lo para a zona de pontuação. Uma vez dentro dos dez primeiros colocados, o mexicano fez valer a potência do RB19, carro da RBR; já era terceiro na 46ª volta e, parando uma segunda vez no 51º giro, cruzou a linha de chegada em quarto.
A McLaren viu escapar pelos dedos uma chance de ouro: Lando Norris largou em terceiro neste domingo, porém, foi cercado por Hamilton e Lance Stroll e quebrou o bico após tocar no carro do heptacampeão. O britânico não saiu do fundo do grid durante a prova e chegou ao 15º lugar, mas após suas trocas de pneus, caiu para 17º.
A largada
Max largou com pneus médios, com os nove atrás dele optando pelos compostos macios. Pérez, 11º, também adotou os mesmos pneus que o colega de equipe. Leclerc e Sargeant, que largaram do pit lane, escolheram respectivamente os duros e médios.
Sainz se colocou atrás de Verstappen e chegou a ficar lado a lado com o bicampeão na aproximação da primeira curva, por fora. No entanto, o piloto da RBR conseguiu manter a dianteira. Quem fez uma largada ruim foi Lando Norris, cuja corrida “terminou” ainda no início, cercado por Hamilton e Stroll.
O britânico da McLaren quebrou o bico do carro no contato com o heptacampeão da Mercedes e teve que ir para os boxes, caindo pra 20º. Stroll, que pela primeira vez classificou-se à frente do colega Fernando Alonso, conseguiu pular de quinto para primeiro, superando Norris e depois, Hamilton.
Tranquilo na ponta
Verstappen precisou de apenas 15 voltas para começar a construir uma liderança solídissima, sustentando mais de 7s sobre Sainz. As posições abaixo dele na corrida mudaram, mas a superioridade do bicampeão permaneceu à frente de Hamilton, Russell e Pérez, que se revezaram na vice-liderança antes de suas respectivas trocas.
No momento de seu primeiro pit stop, na volta 27, o holandês tinha 29s sobre o colega da RBR, que estava em segundo lugar. Na metade da corrida, quando o britânico heptacampeão superou Sainz para retornar à vice-liderança da corrida, Max já abria 13s sobre o rival.
Já nos últimos giros da prova, Verstappen começou a sofrer com muito desgaste de seus pneus médios e visitou os boxes uma segunda vez – com tranquilíssimos 39s de vantagem sobre Hamilton.
Ele seguiu a estratégia da Mercedes de adotar os pneus macios no fim da corrida, e manteve-se na ponta com 18s6 para o heptacampeão. O bicampeão ainda chegou muito perto de ser punido por exceder os limites da pista, após receber duas advertências e uma bandeira preta e branca pelo terceiro incidente.
Brigando no topo
A evolução progressiva da Mercedes após um desempenho mais aquém nos treinos da etapa – que que chegou a desanimar Lewis Hamilton e George Russell -, se confirmou na corrida. Com ritmo muito superior às rivais Ferrari e Aston Martin, a dupla conseguiu entrar na briga pelo pódio ainda no primeiro terço da prova. Ambos largaram com pneus macios.
O piloto do carro 63, que largou em 12º, chegou a perder terreno para Sainz – que já andava mais lento que Hamilton. A dupla mercedista postergou seus pit stops até as voltas 25 e 26, mas o espanhol da Ferrari não conseguiu fazer valer a vantagem por ter parado antes e foi ultrapassado na pista por Hamilton, na volta 28, e Russell no 35º giro.
Russell fez seu segundo pit stop na volta 46 e Hamilton, na 51ª. A dupla optou pelos pneus macios novamente, estratégia “copiada” pela RBR com Pérez, também no 51º giro da corrida e, duas voltas depois, Verstappen, que se queixou do alto desgaste de seus compostos médios.
Corrida de recuperação falhou
Além da falta de ritmo de Sainz para brigar com as duas Mercedes, a Ferrari nem sequer terminou a corrida com seus dois pilotos na zona de pontuação, com Charles Leclerc apenas em 12º. O piloto largou do pit lane após trocar a traseira de seu carro, na tentativa de investigar e sanar o problema mecânico que afetou seu desempenho na classificação e fez com que ele saísse ainda no Q1, em 19º.
Leclerc já estava em 17º após as cinco primeiras voltas e, com algumas ultrapassagens nos giros seguintes, era 11º. A largada com pneus duros estenderia sua permanência na pista, mas a Ferrari decidiu arriscar quando ele estava em oitavo, na 16ª volta, e pôs os compostos macios no piloto de Mônaco.
Charles voltou para 17º, mas já na metade final da prova, entrou na zona de pontuação em nono. Sua segunda troca de pneus na 42ª volta, para colocar os pneus duros, o mandou para 11º. Aí, Leclerc acabou perdendo terreno, indo para 13º e terminando a prova uma posição à frente.
Parece que o jogo virou…
Stroll despontou desde que se classificou à frente de Alonso no sábado – em quinto contra o oitavo lugar do colega após a punição de Pierre Gasly, por atrapalhar Sainz e Verstappen na classificação. Pressionado pelos resultados do companheiro, o canadense pulou para terceiro na largada e, embora tenha sido superado por Hamilton e Russell, fez uma prova consistente para manter-se no top 6.
A segunda troca de pneus de Stroll o mandou novamente para fora do top 10, na volta 35. Entretanto, ele conseguiu se recuperar na metade final da corrida. Alonso teve um dia mais discreto, embora não tenha arriscado deixar de pontuar na prova; o bicampeão, por fim, conseguiu cruzar a linha de chegada colado com o companheiro da Aston Martin.
Sorte!
Gasly, originalmente quarto colocado no grid inicial, foi punido e caiu para décimo por atrapalhar Sainz e Verstappen na classificação deste sábado. E se o francês ao menos pôde manter-se no top 10 apesar da sanção, as coisas continuaram a desandar para ele ao longo da corrida.
O piloto da Alpine caiu para 11º nas dez primeiras voltas, chegou a subir para sexto mas foi prejudicado com dois pit stops lentos – o último chegou a durar 5s. Com isso, Gasly acabou em 11º, pressionado por Leclerc nas voltas finais. O resultado final, porém, mudou por uma punição a Yuki Tsunoda: os 5s dados ao piloto da AlphaTauri, originalmente nono, alçaram Gasly ao décimo lugar.