Bruno Lopez, apontado como líder do grupo, transformou manipulação de apostas em negócio de família

foto Reprodução

Um churrasco de família foi o local escolhido por Bruno Lopez, organizador do esquema de manipulação de jogos através de apostas esportivas, para expandir os negócios criminosos. Além de envolver a esposa, Camila Silva da Motta, nos negócios na parte financeira da operação, ele também convidou o primo dela, Zildo Peixoto Neto, para participar do esquema. É o que mostra o depoimento de Zildo ao Ministério Público de Goiás, em informações obtidas pelo GLOBO sobre a Operação Penalidade Máxima.

Em depoimento, Zildo afirma que Bruno contou que fazia várias apostas esportivas em jogos de futebol e basquete e pediu para abrir uma conta em seu nome em uma casa de apostas. Ele explicou mais sobre o funcionamento da operação, alertando que alguns sites limitam as movimentações financeiras dos apostadores, o que significou que o grupo precisava criar dezenas de contas no nome de terceiros. Zildo relata que Bruno “ofereceu para que abrisse conta em meu nome e me avisaria quando utilizasse e pagaria uma porcentagem sobre o que rendesse”. Assim, ele ficaria com 10% dos lucros obtidos com as apostas que movimentasse nos sites.

A partir daí, Zildo abriu diversas contas em sites de apostas, utilizando o nome da noiva, dos sogros e de amigos. Em um grupo intitulado “Operações”, formado por Zildo, Bruno e Ícaro Fernando Calixto, outro denunciado pelo MP-GO, o grupo compartilha os lucros da rodada, já descontando os valores a serem recebidos pelos intermediários.

A esposa de Bruno, Camila, também trabalhava na parte das operações, mas tinha atuação mais focada no setor financeiro. Conversas obtidas pelo MP-GO no celular de Camila mostram o casal combinando transferências bancárias para financiar a operação, e Bruno também pede que a esposa verifique o saldo das contas disponibilizadas por um dos comparsas. “Você pediu para ser útil em alguma coisa, pode me ajudar nisso”, pede o chefe do esquema. Camila verifica as contas e confirma que os valores estão lá.

A esposa de Bruno, Camila, também trabalhava na parte das operações, mas tinha atuação mais focada no setor financeiro. Conversas obtidas pelo MP-GO no celular de Camila mostram o casal combinando transferências bancárias para financiar a operação, e Bruno também pede que a esposa verifique o saldo das contas disponibilizadas por um dos comparsas. “Você pediu para ser útil em alguma coisa, pode me ajudar nisso”, pede o chefe do esquema. Camila verifica as contas e confirma que os valores estão lá.

Conversas entre Bruno Lopez, apontado como líder da máfia das apostas, e a esposa, Camila Motta — Foto: Reprodução

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Os planos de Bruno Lopez para a família da esposa vão além: em uma conversa de janeiro deste ano, ele pergunta se Thiago Chambó Yamamoto, outro integrante do grupo, conhece alguém que compra imóveis, “os que gostam de dar uma lavada”, fazendo menção a lavagem de dinheiro, prática para tornar legal o lucro obtido com as apostas. Ele explica que o avô de Camila faleceu e deixou uma casa à venda na cidade de Itapetininga, em São Paulo. Thiago responde que “se souber de alguém, dou um alô”.

Bruno Lopez sugere lavar o dinheiro das aposta com um terreno do avô da esposa — Foto: Reprodução

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