Até em ficção da nojo !

Policial em Travessia, Yohama Eshima admite abalo ao ter que lidar com pedofilia na ficção

Intérprete de Yone, parceira da Helô na trama, confessa que só de falar sobre o assunto em cena já se emociona. ‘Como se aquilo estivesse acontecido um pouco comigo’, conta

13/04/2023 17h00

De cara com as feras

Giovanna Antonelli e Yohama Eshima nos bastidores de uma cena de ação, em Travessia — Foto: Reprodução/Instagram
Antes da novela

Em TravessiaYohama Eshima vive Yone, que faz dupla com a delegada Helô (Giovanna Antonelli), e está sempre envolvida com situações desagradáveis, como troca de tiros com bandidos e acolhimento a vítimas de pedofilia. Para encarar a empreitada, a atriz faz musculação, pelo menos, três vezes na semana e tenta segurar a emoção a cada cena sensível, como a perseguição e morte de Montez (José Rubens Chachá), que foi ao ar recentemente.

Yohama Eshima — Foto: Divulgação

“Toda vez que eu ia pegar na arma e atirar, o corpo endurecia. Fiquei toda dolorida de tensão mesmo, porque segurar em um revólver… a cabeça entende racionalmente, mas o corpo, não. Atirar é para matar alguém, para machucar… é muito sério!”, analisa.

Antes da novela de Gloria Perez começar, Yohama e Giovanna tiveram um treinamento intensivo, no qual aprenderam carregar e descarregar a arma, colocá-la no coldre, como usá-la, e até como andar sem se esbarrarem numa ‘operação’.

“Quando a gente tem uma cena de ação, há uma equipe especializada que instrui a gente. São policiais e dublês de ação. Há também uma delegada e uma investigadora que nos acompanham online, dando dicas, dizendo o que a gente pode falar, as gírias…”, conta.

Um serviço importante

Apesar de toda preparação, Yohama não treme na base apenas quando precisa empunhar uma arma em cena. Ela admite que a busca de Yone e Helô pelo pedófilo (Claudio Tovar) que ‘seduziu’ Karina (Danielle Olímpia) também mexe muito com ela.

“É um tema muito delicado. Toda vez que eu falo a palavra pedófilo em cena me dá um negócio, porque o meu corpo sente uma emoção como se aquilo estivesse acontecido um pouco comigo” , confessa.

A artista, no entanto, acredita que “essa angústia [dela] ajuda a mover a Yone”, assim como a conversa que teve com a intérprete de Karina recentemente. “Consegui sentir um pouco do que a Dani está passando, e não está sendo nem um pouco fácil, mas foi muito importante para dar ainda mais força a esse serviço que estamos prestando, porque tem muita gente que passa por isso”, diz. “O que me choca é essa falta de humanidade, parece que existe um aproveitamento sobre a vida de outra pessoa, de uma menor, e eu tenho filho (Tom, de 2 anos e meio), né? Se penso demais nele, fico muito mal, então, tento me focar na informação”.

“Na novela, a gente tenta passar com a maior fidelidade a maneira de se proteger, para as pessoas se atentarem, porque estamos expostos o tempo inteiro. Qualquer link que a gente clique no celular, de gente desconhecida, pode expor a nossa vida para qualquer pessoa”, alerta.

Uma artista diferente

Já na reta final da trama, Yohama faz um balanço superpositivo de sua atuação na história e brinca que poderia até escrever um livro com os acontecimentos desde de maio do ano passado, quando recebeu o convite para o trabalho. “É a maior emissora de telenovela que existe… Fazer teste, (assinar) contrato, a preparação de elenco… Foi uma grande escola para mim. Sou outra atriz depois dessa novela”, garante ela, que, antes, tinha feito uma participação em Haja Coração (2016) na Globo.

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