
Em entrevista exclusiva ao Fantástico, o delegado da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Bernardo Leal, atingido por um tiro de fuzil durante a megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão, revelou que o criminoso usou código interno da polícia para enganá-lo antes de atirar.
“Quando a gente deu de cara com o beco, a gente teve que passar um labirinto. Um cara apareceu vestido com as mesmas vestimentas que a nossa, colete preto, roupa toda preta. A gente tinha uma senha e contrassenha, e aí ele falou a senha certa”, disse.
👉 Senha e contrassenha são códigos de comunicação utilizados durante operações para que grupos de policiais possam se identificar entre si.
“Como o confronto estava muito intenso, então durante os ataques, eles ouviram a senha e a contrassenha. Quando deu a contrassenha, fiquei mais tranquilo, corri para o lado. Quando corri para a direita, ele atirou na minha perna”, afirma Bernardo.
Bernardo chegou ao hospital com apenas 3% de chance de sobreviver. O disparo atingiu sua perna direita, provocando fratura no fêmur e rompendo artéria e veia femoral, causando uma hemorragia tão grave que ele precisou receber 30 bolsas de sangue, o equivalente a trocar todo o sangue do corpo três vezes. A amputação começou abaixo do joelho, mas precisou avançar até a parte alta da coxa por falta de vascularização.
“Primeiro, feliz de estar vivo. Os médicos falavam: ‘Bernardo, é um milagre. Nunca vi alguém sobreviver a um tiro de fuzil assim’.”
Após 47 dias internado, o delegado recebeu alta do Hospital Samaritano há uma semana. Agora, inicia a fase de readaptação com prótese, que será custeada pelo governo do estado. Ele pretende voltar a trabalhar como delegado, mas não mais participar de operações nas ruas.





