A prisão foi motivada por uma combinação de dois fatores: a condenação já existente contra Bolsonaro e novos indícios de que ele poderia tentar fugir ou interferir no andamento das investigações.

1. Ele já havia sido condenado

Em setembro de 2025, Bolsonaro foi condenado por tentativa de golpe de Estado e por integrar uma organização criminosa que tentou impedir a transição democrática após as eleições de 2022. A pena estabelecida foi de mais de 27 anos de prisão.
Apesar disso, ele ainda não estava em regime fechado porque aguardava o julgamento de recursos e cumpria medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica.

2. Houve indícios de tentativa de fuga

Na madrugada do próprio dia 22, a tornozeleira eletrônica que monitorava o ex-presidente registrou uma tentativa de rompimento. Além disso, uma vigília organizada por apoiadores em frente ao condomínio onde Bolsonaro estava vivendo aumentou a preocupação das autoridades com a possibilidade de apoio logístico para fuga ou obstrução das investigações.

Diante desse cenário, o ministro responsável determinou a prisão preventiva, medida usada quando há risco concreto à ordem pública, risco de fuga ou risco de interferência nas investigações.

Como foi a prisão?

A Polícia Federal realizou a ação no condomínio onde Bolsonaro vive em Brasília. A decisão determinou que a prisão fosse feita sem algemas e sem exposição pública, para evitar tumulto e preservar a integridade do ex-presidente.

Após a detenção, Bolsonaro foi levado a uma unidade da PF para os procedimentos formais. Ainda não há confirmação definitiva se ele será encaminhado a uma unidade prisional ou se permanecerá em outro tipo de custódia até nova avaliação do STF.

O que acontece agora?

A prisão preventiva será analisada pela Primeira Turma do STF em uma sessão marcada para os próximos dias. O tribunal poderá:

• Confirmar a prisão preventiva, mantendo Bolsonaro detido enquanto seus processos continuam;
• Revogar a prisão, convertendo em medidas alternativas;
• Definir se ele permanece em prisão domiciliar, caso a defesa consiga comprovar risco à saúde.

Além disso, o tribunal ainda irá tratar dos recursos referentes à condenação de 27 anos, que pode levar Bolsonaro ao regime fechado em caráter definitivo.

Reações políticas

A defesa de Bolsonaro afirmou que vai recorrer, argumentando que ele enfrenta problemas de saúde e que a prisão preventiva seria desproporcional. Aliados políticos passaram a acusar o STF de exagero e perseguição, apontando a data da prisão como simbólica.
Críticos do ex-presidente, por outro lado, afirmam que a prisão reforça a importância das instituições e da responsabilização por ataques ao processo democrático.

Por que a prisão é importante para o país?

A detenção de um ex-presidente por crimes ligados a tentativa de golpe de Estado é um marco histórico. O episódio reposiciona o papel das instituições brasileiras no enfrentamento às ameaças à democracia e abre um novo capítulo no cenário político nacional.

A partir de agora, o país acompanha os próximos passos com atenção: a reação das ruas, o impacto eleitoral dessa prisão e a forma como os poderes da República irão lidar com a intensificação da polarização.