Matheuzinho “renasce”, e Vitória quebra tabu contra o Santos para ver luz no fim do túnel

 Foto: Jota Erre/AGIF

Parte da lista de tabus e jejuns do Vitória foi rasgada na noite da última segunda-feira, quando o Leão venceu o Santos por 1 a 0 na Vila Belmiro, injetou ânimo e colocou fogo na briga contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro. O camisa 10 Matheuzinho, de pênalti, marcou o gol que fez o Rubro-Negro enxergar mais forte a luz do fim do túnel

Mesmo que o resultado mantenha o time na 17ª posição, o salto aos 31 pontos iguala o número do Santos, que leva vantagem porque venceu um jogo a mais. A vitória no confronto direto, que valeu pela 29ª rodada, anima e dá sequência à reação do Leão, que venceu três dos últimos quatro jogos.

O cenário do resultado, animador com o placar por si só, ainda foi composto pelo fim de uma série de marcas negativas para o Vitória. O treinador Jair Ventura, por exemplo, precisou de cinco jogos para se tornar, de forma isolada, o comandante com mais triunfos pelo Leão nesta Série A.

Marcas batidas pelo Vitória ao vencer o Santos:

  • Jejum de 21 jogos de Matheuzinho chegou ao fim; ✅
  • Nunca havia vencido o Santos como visitante; ✅
  • Não havia vencido como visitante na Série A 2025; ✅
  • Não havia vencido duas partidas consecutivas na Série A 2025; ✅
  • Nenhum treinador do Vitória havia vencido três partidas na Série A 2025. ✅

O jogo

 Foto: Victor Ferreira/EC Vitória

Jair Ventura mandou a campo escalação que confirmou a convicção que mostra desde a chegada ao Vitória. O 5-2-3 foi mantido, e o treinador fez as trocas esperadas para repor os desfalques: na zaga, Edu no lugar de Camutanga; no ataque, Matheuzinho no lugar de Erick e Renzo López no de Renato Kayzer.

Escalação inicial do Vitória: Lucas Arcanjo; Raúl Cáceres, Lucas Halter, Edu, Zé Marcos e Ramon; Ronald e Gabriel Baralhas; Matheuzinho, Aitor Cantalapiedra e Renzo López.

Antes que qualquer estratégia ficasse visível, um susto para o lado rubro-negro aos dois minutos de jogo. A arbitragem marcou pênalti de Edu em Lautaro Díaz. O atacante santista, porém, caiu depois de chutar o chão, o que ficou visível na revisão no monitor do VAR, e a falta foi anulada.

Passado o susto, o Vitória repetiu a estratégia principal sob o comando de Ventura. O time se fechou com um 5-4-1 e apostou em contra-ataques rápidos. Meias do esquema, Aitor e Matheuzinho mostraram muito comprometimento defendendo pelos lados e dobraram a marcação com os alas.

O Rubro-Negro também voltou a apostar em bolas longas para o centroavante, mas a jogada muda muito quando Renzo López substitui Kayzer. O uruguaio é mais alto e tem mais capacidade para “casquinhas” de cabeça, mas tem menos qualidade para fazer o pivô e manter a posse. Por isso Aitor e Matheuzinho, principais escapes do time, precisaram ficar atentos para receber passes e lançamentos de primeira.

E se o VAR recomendou anulação de uma penalidade contra o Leão, foi ele quem sinalizou pênalti a favor do lado baiano aos 38 minutos. Aitor cruzou para Renzo, que sofreu tranco atabalhoado de Gabriel Brazão. Matheuzinho, titular depois de um mês e vivendo um jejum de 21 jogos e mais de seis meses sem gols ou assistências, foi para a cobrança e balançou as redes.

Mas Matheuzinho não foi apenas a cobrança de pênalti. Antes do intervalo, o camisa 10 ainda puxou excelente contra-ataque em lance que a bola sobrou para Cáceres, que cruzou da direita para Baralhas bater mal de esquerda 

O Santos assustou com cruzamento com veneno espalmado por Arcanjo e cabeceio perigoso de Arão para fora. Na verdade, o time da casa só levava perigo no chuveirinho na área e chutes de longa distância.

Sustos, riscos e alívio

Mas o segundo tempo foi de recuo além da conta. O Vitória passou a ser mais sufocado pela pressão do Peixe, que acabou rápido com as primeiras tentativas rubro-negras de contragolpe. Quando conseguia escapar, o time visitante falhava no acabamento, seja por erros técnicos de Renzo López ou por decisões erradas de outros atacantes.

O Vitória passou a primeira metade da etapa final se concentrando em afastar cruzamentos e desviar chutes de fora da área. Apesar de arriscada, estratégia foi bem sucedida. Jair Ventura fez trocas em função do cansaço e dos cartões amarelos, mas não alterou o sistema de jogo. Matheuzinho e Aitor deram lugar a Osvaldo e Lucas Braga, pontas de mais velocidade.

Guilherme perdeu gol ao tentar peixinho na pequena área, e Souza bateu fraco para defesa em dois tempos de Arcanjo, mas no fim das contas a melhor chance do segundo tempo foi rubro-negra. Osvaldo aproveitou rebote pela esquerda e encontrou Lucas Braga livre dentro da área, mas o atacante desperdiçou ao chutar na trave.

Já nos acréscimos, Lucas Arcanjo foi decisivo para espalmar chutaço de Rollheiser de fora da área. A bola não foi no canto, mas a velocidade e a curva do chute tornaram a defesa heroica.

Os três pontos parecem valer seis devido ao confronto direto e têm efeitos muito além da tabela. Todos os jejuns transformados em pó representam injeção de ânimo valiosa a um time que ainda tem muito a escalar para sair da zona de rebaixamento.

E a próxima oportunidade de mostrar o ar de confiança que respira é na partida contra o Corinthians, neste sábado, no Barradão. O Vitória tem a semana livre para treinar antes do confronto da 30ª rodada do Campeonato Brasileiro, que começa às 16h (de Brasília).

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