
A taxa de desemprego no Brasil recuou para 5,6% no trimestre encerrado em julho, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua), divulgada nesta terça-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Esse foi o menor nível da série histórica, iniciada em 2012, e representa queda em relação ao trimestre anterior, encerrado em abril, quando a taxa estava em 6,6%. Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, quando o desemprego era de 6,9%, a queda foi de 1,2 p.p.
O total de desempregados chegou a 6,118 milhões de pessoas, o menor número desde o fim de 2013, quando 6,100 milhões estavam sem trabalho. Em relação ao trimestre anterior, a queda no número de desempregados foi de 14,2% (menos 1 milhão de pessoas) e 16,0% no ano (menos 1,2 milhão).
A população ocupada — trabalhadores na população em idade ativa — chegou ao recorde de 102,4 milhões de pessoas no trimestre (58,8%). Desse total, o número de empregados com carteira assinada também foi o mais alto já registrado, somando 39,1 milhões.
Segundo o IBGE, esse aumento no número de trabalhadores com carteira puxou o recuo da desocupação no país. Desse contingente, os setores quem mais contrataram foram:
- Agropecuária e atividades relacionadas (+206 mil pessoas);
- Serviços ligados a informação, comunicação, finanças e administração (+260 mil);
- Administração pública, saúde, educação e serviços sociais (+522 mil).
Na comparação com o mesmo período de 2024, cinco setores se destacaram:
- Indústria (+580 mil);
- Comércio (+398 mil);
- Transporte e correio (+360 mil);
- Serviços de informação, comunicação, finanças e administração (+480 mil);
- Administração pública, saúde, educação e serviços sociais (+677 mil).
Para William Kratochwill, analista do IBGE, “esses números sustentam o bom momento do mercado de trabalho, com crescimento da ocupação e redução da subutilização da mão de obra, ou seja, um mercado de trabalho mais ativo”.
A força de trabalho, que inclui ocupados e desocupados, atingiu 108,6 milhões de pessoas entre maio e julho — novo recorde da série, de acordo com o IBGE. O número permaneceu estável frente ao trimestre anterior, mas avançou 1,1% (mais 1,2 milhão) em relação ao mesmo período de 2024.
A população fora da força de trabalho somou 65,6 milhões, mantendo estabilidade nas duas comparações.
A taxa de desalento (porcentagem de pessoas na força de trabalho que estão desempregadas) caiu 0,3 ponto percentual no trimestre e 0,4 ponto percentual no ano, chegando a 2,4%. Com isso, o número de desalentados caiu para 2,7 milhões, recuo de 11% no trimestre (menos 332 mil pessoas) e de 15% no ano (menos 475 mil).
O contingente de trabalhadores com carteira assinada no setor privado também atingiu patamar recorde na série histórica (39,1 milhões), segundo o IBGE, representando uma estabilidade em relação ao trimestre anterior e de 3,5% frente ao mesmo período de 2024.
Já a taxa composta de subutilização, que representa a força de trabalho “desperdiçada” no país, ficou em 14,1%. Segundo o IBGE, essa também foi a mais baixa da série, representando também uma queda de 1,3 p.p. em relação ao trimestre anterior (15,4%) e de 2,1 p.p. na comparação anual.
“Os dados mostram que quem saiu da desocupação não está abandonando a força de trabalho nem entrando no desalento, mas sim se inserindo de fato no mercado, o que é confirmado pelo recorde de ocupação”, afirma Kratochwill.
Veja os destaques da pesquisa
- Taxa de desocupação: 5,6%
- População desocupada: 6,118 milhões de pessoas
- População ocupada: 102,4 milhões
- População fora da força de trabalho: 65,6 milhões
- População desalentada: 2,7 milhões
- Empregados com carteira assinada: 39,1 milhões
- Empregados sem carteira assinada: 13,5 milhões
- Trabalhadores por conta própria: 25,9 milhões
- Trabalhadores informais: 38,8 milhões