Um mundo em guerra de poderes – e o Brasil no meio do fogo cruzado.

O mundo está em chamas. De um lado, a guerra interminável entre Israel e Palestina, marcada por invasões, mortes e acusações que nunca cessam. Do outro, a tragédia sem fim na Ucrânia, onde Rússia e aliados do Ocidente jogam uma disputa de poder sem a menor preocupação com o sangue derramado.,

Mas a guerra não está só lá fora. Os Estados Unidos, que se vendem como defensores da democracia, continuam sua velha prática: interferir onde querem, do jeito que querem. Agora, voltam os olhos para a América do Sul. Querem controlar a Venezuela, pressionam o Brasil, usam a política e a economia como armas silenciosas. Não precisam de tanques para atacar — a estratégia é mais sutil, mas não menos perigosa.

Brasil x EUA

O Brasil conhece bem esse jogo. Em 2009, Washington foi acusado de subsidiar ilegalmente o algodão, prejudicando nossos produtores. Em 2013, veio à tona a espionagem contra a presidente Dilma Rousseff, um tapa na cara da soberania nacional. Sem contar as críticas recentes às nossas políticas ambientais, sempre usadas como instrumento de pressão e chantagem.

E a história mostra: não é de hoje que os EUA se metem em nossos destinos. Apoiaram o golpe militar de 1964, sustentaram a ditadura, e quando não servia mais, se afastaram. É o famoso “abraço de urso”: quando interessa, apoiam; quando não, descartam.

Foi diante dessa realidade que o Brasil buscou alternativas: relações Sul-Sul, alianças na América Latina, fortalecimento do BRICS. Porque já está claro — depender dos EUA é se ajoelhar diante de um império que nunca jogou limpo.

O Judiciário também atacado

Nas últimas semanas de 2025, os Estados Unidos impuseram sanções contra membros da mais alta Corte do Brasil, o Supremo Tribunal Federal (STF), revogando vistos e restringindo viagens de vários ministros, além de aplicar sanções sob a lei Magnitsky.

Essa medida marca um ponto de ruptura nas relações diplomáticas entre os dois países, pois é raro ver um governo estrangeiro intervir tão diretamente nas decisões de outro país sob a justificativa de interferência judicial.

O que aconteceu

O governo americano, por meio do Secretário de Estado Marco Rubio, revogou os vistos de ministros do STF (Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Carmen Lúcia, Edson Fachin e Gilmar Mendes), bem como de suas famílias.

Também houve sanções financeiras contra Moraes, sob a lei Magnitsky, proibindo transações com ele, se envolvidas com indivíduos ou entidades nos EUA, congelamento de ativos, etc.

Mais recentemente (agosto), o Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, teve o seu visto revogado pelos EUA.

O Brasil reagiu, considerando os atos “arbitrários”, “sem base”, violação de soberania, e afirmou que o Judiciário não será intimidado.

Olhos abertos

Hoje, não temos uma guerra declarada. Mas temos uma guerra fria, comercial, diplomática e ideológica. O risco? Que essas tensões explodam e nos arrastem para um conflito ainda maior. O Brasil precisa escolher: ou assume sua soberania e constrói alianças fortes, ou continua refém de quem sempre quis nos dominar.

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