
Carla Zambelli tem “adoecimentos psiquiátricos e neurológicos graves” e necessita de “suporte multidisciplinar contínuo”. É o que aponta o laudo de uma perícia contratada pela defesa da deputada, presa na Itália após tentativa de fuga.
Zambelli teve a prisão cautelar mantida pela Justiça italiana, que negou um pedido de seus advogados para que ela cumprisse prisão domiciliar enquanto aguarda uma possível extradição, solicitada pelo Brasil.
Na semana passada, a defesa recebeu um parecer da perícia, que cita que a parlamentar apresenta histórico de depressão grave de difícil controle e transtornos impulsivos com riscos de suicídio. Os peritos, coordenados pelo psiquiatra forense Hewdy Lobo, apontam ainda que a deputada tem fibromialgia e dores severas generalizadas.
A análise também menciona que Zambelli é portadora da síndrome de Ehlers-Danlos e depende de assistência para prevenir riscos de quedas com possíveis desarticulações, além da sobre a síndrome do Intestino Irritável, cuja melhora ocorre com dieta sem glúten.
Segundo a perícia, a deputada teve necessidade de intervenção cardiológica e usa remédio cardiológico, cuja interrupção a deixa vulnerável para intercorrências com alterações graves da pressão arterial e do ritmo cardíaco.
O parecer também destaca que, no presídio, é difícil de disponibilizar todos os tratamentos, como acesso a alimentação sem glúten, acompanhar evolução pós-operatória de tumor cerebral e usar os remédios controlados sem risco de suicídio.
O trabalho da perícia deverá ser submetido a uma tradução juramentada para ser apresentado à Justiça italiana. Esta análise se deteve a documentos médicos de Zambelli para produzir um histórico clínico, psiquiátrico e cirúrgico dela.
A deputada foi condenada pelo STF a 10 anos de prisão pela invasão ao sistema do CNJ, em 2023. Segundo as investigações, a parlamentar foi a autora intelectual do delito, para emitir um mandato falso de prisão contra Alexandre de Moraes.