
Num cenário de incertezas econômicas, desigualdade social e desesperança, a extrema-direita tem se mostrado hábil em vestir a pele de cordeiro para conquistar os corações e as mentes dos mais humildes. Com um discurso pautado em “Deus, Pátria e Família”, essa ideologia ganha força justamente entre aqueles que mais sofrem com a desigualdade — os pobres, os trabalhadores e os fiéis que veem na fé um refúgio em meio ao caos
Essa retórica conservadora e emocional, que se vende como defensora da moral e dos bons costumes, é uma armadilha perigosa. Assim como Hitler, na Alemanha devastada após a Primeira Guerra Mundial, prometeu resgatar o orgulho nacional e recuperar a economia, os líderes da extrema-direita atual vendem uma falsa solução: apontam inimigos imaginários (a esquerda, os artistas, os professores, os indígenas, os movimentos sociais) e dizem que o Brasil está sendo destruído por “comunistas” — mesmo que essa ameaça sequer exista.
Mas qual é o resultado prático de tudo isso? Cortes em políticas sociais, ataques à educação pública, destruição ambiental e conchavos políticos que só beneficiam os de cima. Enquanto isso, o povo — que acredita estar votando “pela família” — vê os preços subirem, os direitos serem retirados, e a violência aumentar.
A idolatria por figuras como Trump nos EUA — um bilionário que pouco se importa com os pobres — também se reflete no Brasil. Aqui, políticos que nunca pisaram numa favela se apresentam como “salvadores da pátria” e “defensores do homem de bem”. Na verdade, são lobos que se alimentam da ignorância e da dor dos mais vulneráveis, usando a religião como escudo e a mentira como arma.
É preciso abrir os olhos. A história já nos ensinou, com sangue e sofrimento, que regimes baseados em populismo autoritário e manipulação da fé trazem tragédias. O Brasil não pode cair, mais uma vez, no canto da sereia de quem só pensa nos próprios interesses e se esconde atrás da Bíblia para enganar o povo.
Por| Alenilton Malta

@aleniltonmaltadecaracomasferas