Protesto de ambulantes no Porto da Barra não surte efeito desejado e agrada banhistas em Salvador

 Foto: TV Bahia

O protesto realizado por ambulantes na praia do Porto da Barra, em Salvador, não surtiu o efeito esperado entre os banhistas. Os comerciantes não montaram cadeiras, mesas e sombreiros na terça (28) e manhã desta quarta-feira (29), em resposta às novas regras da prefeitura para padronizar o serviço. Contudo, a iniciativa deixou a faixa de areia livre e agradou baianos e turistas.

A Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop) determinou que os ambulantes montem os kits com cadeiras e sombreiros apenas sob demanda, e não deixem montados os kits que não estão em uso. A determinação foi feita justamente após banhistas reclamarem da falta de espaço na faixa de areia, que é estreita.

O caso virou polêmica na última semana depois de um vídeo viralizar nas redes sociais. Um homem alegou que a praia estaria sendo privatizada, por causa da grande quantidade de cadeiras colocadas pelos ambulantes na faixa de areia, já que o serviço é cobrado por eles.

Nesta quarta, quando a faixa de areia amanheceu novamente sem cadeiras, mesas e sombreiros, banhistas e internautas chegaram a dizer que a praia ficou mais “bonita”. Eles destacam, por exemplo, que sem os kits dos ambulantes, a faixa de areia livre permite que as pessoas coloquem suas cangas, além das próprias cadeiras e sombreiros.

“A praia ficou simplesmente perfeita sem aquela poluição visual, espero que o protesto dure bastante”, afirmou um internauta chamado Ícaro Prazeres.

Teve até quem tenha considerado engraçada a situação. “Passando mal que os protestantes do Porto da Barra juraram que iam fazer um grande ‘musse’ quando na verdade o povo está comemorando que eles não estavam fazendo baderna com a praia que antes de tudo ainda é pública kkk”, escreveu Hebert Sousa, também através das redes sociais.

  • Faltava espaço na areia

🏝️”A última vez que fui à praia, não havia espaço na areia para andar. Eu estou amando ver a faixa de areia do Porto da Barra! Que fique assim pra sempre! Que cada um possa levar sua cadeira ou guarda-sol ou que alugue se quiser, não por ser obrigado!”, afirmou Alan Rodrigues, nas redes sociais’.

  • Deixou o ambiente mais agradável

🌊”Eu acho mais do que necessário e até demorou. Eu moro na região há 25 anos e tem muito tempo que eu não via a areia desse jeito e um verão tão agradável, como tem que ser, para a gente relaxar e se banhar sem guerra e disputa por espaço”, disse a banhista Rosana Santos, em entrevista à TV Bahia.

  • Praia não parecia ambiente público

🌴”A praia é pública, os ambulantes, tomaram conta, como se fosse deles, enchem de mesas, cadeiras e sombreiros e não deixam espaço para as pessoas que querem curtir a praia com suas cangas e coolers. Eu apoio todos os dias protesto como esse, só assim nós podemos curtir nossa praia”, relatou a internauta Suele Sanches.

  • Montagem de cadeiras e sombreiros por demanda

🥥”A praia fica disponível para o banhista e a gente tem mais espaço porque a cadeira fica à disposição de quem quiser, tem essa opção”, falou Isis à TV Bahia, enquanto curtia a praia do Porto da Barra.

  • Possibilidade de escolher onde ficar

🥤”Eu estou achando maravilhoso porque a gente pode chegar e colocar a canga. Antes, a gente não tinha espaço. Inclusive, eu e meu esposo deixamos de frequentar por causa da falta de espaço. Se continuar assim, vamos vir mais vezes”, contou a banhista Cris Vilas Boas.

Em entrevista à TV Bahia, o banhista Nivaldo Santos contou que entende a posição dos barraqueiros, porque eles precisam ser remunerados, mas ressaltou que a faixa de areia deve ficar livre para quem deseja curtir a praia.

“A gente também precisa de um espaço para sentar e ficar à vontade com os amigos e a família”, afirmou Nivaldo.

Barraqueiros que trabalham no Porto da Barra, reclamaram da quantidade de kits impostos pela Semop e disseram que o número não é suficiente.

“Os barraqueiros não estão conseguindo trabalhar direito e, até mesmo algumas pessoas que estavam criticando, se cair uma ‘chuvinha’, querem sombreiro. A gente não pode colocar porque está limitado”, afirmou Carlos Pereira.

Por meio de nota, a Semop informou que, após denúncias de moradores e turistas sobre a falta de espaço nas praias do Porto da Barra para que banhistas pudessem acomodar seus pertences pessoais, foi necessária a intensificação das ações de fiscalização na área

A pasta afirmou também que as reclamações apontaram excessos na ocupação da faixa de areia por alguns permissionários. Durante as fiscalizações, foram identificados casos de descumprimento das normas, e os permissionários envolvidos foram devidamente notificados.

O que motivou o protesto

Em reunião com comerciantes locais, na última quinta-feira (23), a Semop reforçou que os itens só devem ser colocados na faixa de areia caso surja algum cliente interessado em utilizar o serviço. Na terça-feira (29)

Segundo informações apuradas pelo g1, uma ambulante impediu que outros colegas vendessem produtos na faixa da areia e usou um megafone para ameaçá-los.

“Quando ela vê que alguém está na areia vendendo, começar a gritar e dizer que vai tirar ‘na tora’. Ela desceu para tirar um ambulante e os banhistas começaram a questionar. A mulher chamou outros barraqueiros e começou uma confusão. Teve até agressão”, relatou um banhista.

De acordo com Alison Carvalho, diretor da Semop, já era permitido o uso de 10 kits por barraqueiro, mas o acordo não era cumprido pelos ambulantes.

Nota da Semop

“A Secretaria Municipal de Ordem Pública (SEMOP) informa que, após denúncias de moradores e turistas sobre a falta de espaço nas praias do Porto da Barra para que banhistas pudessem acomodar seus pertences pessoais, foi necessária a intensificação das ações de fiscalização na área. As reclamações apontaram excessos na ocupação da faixa de areia por alguns permissionários, resultando em reuniões e reforço das equipes para garantir a organização e o equilíbrio no uso do espaço público.

Durante as fiscalizações, foram identificados casos de descumprimento das normas, e os permissionários envolvidos foram devidamente notificados. A SEMOP ressalta que a legislação e as novas regras visam assegurar uma convivência harmoniosa entre comerciantes, frequentadores e a comunidade local, promovendo o uso ordenado da orla.

No contexto da Operação Verão, medidas como a montagem de sombreiros após às 9h, a instalação de kits apenas na chegada dos clientes e a proibição do uso de garrafas de vidro têm contribuído para maior segurança e conforto dos frequentadores. Para garantir o cumprimento dessas normas, cinco equipes extras foram deslocadas para intensificar a fiscalização no local.

A SEMOP informa ainda que os permissionários têm o prazo de 15 dias para regularizar seus cadastros. Após o Carnaval, uma nova reunião será realizada para reavaliar as medidas implementadas e discutir possíveis ajustes, buscando atender às necessidades de todas as partes envolvidas.

A secretaria reforça seu compromisso com o diálogo e destaca que o cumprimento das normas é fundamental para garantir a organização e o bem-estar de todos que utilizam o Porto da Barra.”

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