Médico que atendeu paciente de peruca em protesto contra homofobia volta a denunciar preconceito em hospital na Bahia

O ginecologista Carlos Lino denuncia que foi alvo de homofobia durante o atendimento de uma paciente no Hospital da Mulher, em Feira de Santana, a cerca de 100 km de Salvador.

O crime ocorreu cerca de nove meses após o médico protestar por um outro caso de homofobia na instituição. Na época, ele colocou uma peruca para atender uma paciente que teria se recusado a ser consultada por um profissional de saúde homossexual. 

Dessa vez, a violência foi registrada na última sexta-feira (22).

De plantão no hospital, o médico conta que recebeu uma paciente com quadro de aborto retido, o que ele explica não se tratar de emergência por não ter hemorragia ou febre, nem representar risco de morte para a mulher.

Ainda assim, diante da postura da paciente e do acompanhante, o médico encaminhou a documentação para o registro da internação — a unidade de saúde estava lotada e, segundo ele, não havia garantia de leito naquele dia.

Porém, minutos depois, Lino soube que o casal fazia cobranças, alegando que a mulher não foi internada.

“Entraram agressivos na sala e gritando, ele me chamou de vagabundo, xingou minha colega também. (…) Quando ela fechou a porta, ela gritou: ‘viado do caralho'”, descreveu a agressão.

“Eu não acreditei! Eu falei: ‘vem cá, você tem certeza que vai me falar isso? Eu fui o médico que botou uma peruca nesse próprio consultório para lutar contra a homofobia. Eu vou para a delegacia agora’”.

Logo após a violência, o médico se encaminhou à unidade policial e prestou queixa contra a mulher.

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