Eleições 2026: entre a descrença, a polarização e a urgência de saber votar

Por De Cara com as Feras

À medida que o Brasil se aproxima das eleições de 2026, um sentimento incômodo cresce nas ruas, nas redes e nas conversas cotidianas: a perda de credibilidade no Poder Legislativo. Em um cenário marcado por escândalos recorrentes, disputas ideológicas extremadas e baixa efetividade na entrega de políticas públicas, escolher novos representantes para a Assembleia Legislativa, a Câmara dos Deputados e o Senado tornou-se um desafio ainda maior para a população.

É consenso que o Poder Executivo exerce papel central na condução do país. No entanto, a prática política brasileira mostra que nenhum governo avança sozinho. Sem o apoio do Congresso Nacional e do Senado, o Executivo se vê limitado, muitas vezes refém de acordos, negociações e concessões que nem sempre dialogam com o interesse coletivo. É nesse ponto que a engrenagem institucional começa a falhar — e quem paga a conta é o cidadão.

O ano de 2026 promete ser, mais uma vez, de forte polarização. Esse tem sido o tom das últimas quatro eleições no Brasil. De um lado, a extrema direita insiste na construção de narrativas que frequentemente priorizam o confronto, a desinformação e a instabilidade política. Do outro, setores da extrema esquerda também adotam práticas semelhantes, reforçando discursos que pouco contribuem para a construção de consensos e soluções concretas.

Podemos então analisar a politica como um jogo?

No centro desse embate, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta dificuldades para representar plenamente o campo progressista. Para governar, tem sido obrigado a negociar com um Congresso fragmentado e poderoso, o que resulta em concessões políticas e em um modelo de gestão que amplia o endividamento público. A pergunta que ecoa é inevitável: quem, afinal, arcará com os custos dessas escolhas no futuro?
Por outro lado, o radicalismo da direita tampouco apresenta respostas eficazes. Ao priorizar o embate ideológico, acaba por travar avanços tanto na economia quanto nas políticas sociais, aprofundando desigualdades e alimentando instabilidades que afastam investimentos e comprometem o desenvolvimento nacional.
Diante desse quadro, o Brasil precisa mais do que nunca de representantes capazes de compreender que crescimento econômico e justiça social não são agendas opostas, mas complementares. Um país continental, diverso e desigual como o nosso exige lideranças com maturidade política, compromisso democrático e visão estratégica de longo prazo.
O voto continua sendo uma das ferramentas mais poderosas da democracia. No entanto, votar sem reflexão, sem informação e sem consciência política pode ser tão ineficaz quanto não votar. Como já se diz no senso comum da política: ter o voto e não saber votar é como ter uma arma sem saber atirar.
As eleições de 2026 exigem mais do que paixão ideológica. Exigem análise, responsabilidade e, sobretudo, participação consciente. Pensar, refletir e fazer valer o voto não é apenas um direito — é um dever de quem deseja um Brasil mais justo, estável e desenvolvido. O futuro do país passa, inevitavelmente, pelas escolhas feitas nas urnas.

Repórter\ Alenilton Malta

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