Haddad deseja coordenar a campanha de Lula, enquanto Alckmin pode disputar a reeleição como vice; ambos também são cotados para o governo de SP

Com a intenção de disputar as eleições de 2026, ao menos 20 ministros do governo Lula devem deixar seus cargos até abril do próximo ano, quando encerra o período para desincompatibilização. Ainda no primeiro semestre do próximo ano, a Esplanada tende a passar por mudanças profundas, impulsionadas tanto pelo calendário eleitoral quanto pela estratégia política do Planalto. A reorganização dos ministérios já está em curso, teve a nomeação de Guilherme Boulos para ministro da Secretaria-Geral da Presidência como passo importante e deve continuar a ser anunciada nos próximos meses.
Na última reunião ministerial, o presidente Lula anunciou que pretende se reunir com os integrantes do governo que irão se lançar candidatos para decidir a estratégia eleitoral do próximo ano. Afirmou que “não vai impedir ninguém de sair”, e ressalvou que não pode “obrigar ninguém a concorrer”.
Um dos primeiros a sair deve ser o ministro da Fazenda, Fernando Haddad., ele já deixou clara a intenção de se demitir até fevereiro.
Haddad deseja participar da coordenação da campanha de Lula, mas vem sendo pressionado a disputar o governo de São Paulo ou, ao menos, uma vaga no Senado, como parte da composição de um palanque competitivo no Estado. Ele também seria mantido como um “coringa” do presidente, que completou 80 anos em novembro, em caso de deterioração de sua saúde — cenário hoje visto como extraordinário, mas possível, levando-se em conta a idade. O nome mais cotado para substituí-lo na Fazenda é o do secretário-executivo Dario Durigan.
O atual vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), também deve deixar o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Ele é cotado para concorrer à reeleição da vice-Presidência ou para disputar o governo de São Paulo.
O presidente Lula declarou que ainda vai conversar com Haddad e Alckmin para “saber o que eles querem fazer”. Destacou, porém, “precisamos de um candidato a governador forte e candidato a Senado forte”, e enfatizou que o PT ainda tem “chance de fazer governador de São Paulo”.
No fim do encontro, Lula também anunciou a demissão do ministro do Turismo, Celso Sabino, que será substituído por Gustavo Damião, ex-secretário de Turismo da Paraíba e filho do deputado federal Damião Feliciano (União-PB). O movimento foi interpretado por integrantes do governo como uma sinalização pragmática, em meio à cobrança para que partidos de centro definam com mais clareza seu posicionamento eleitoral.
Sabino havia sido expulso do partido após descumprir a ordem do presidente da legenda, Antônio Rueda, pata deixar o cargo. Deputado federal pelo Pará e com ambição de concorrer ao Senado, o agora ex-ministro havia pedido a Lula para permanecer na cadeira até o fim da COP30. Com a troca, o cálculo do presidente é que ao menos 20 dos 59 deputados da bancada do União Brasil continuem na base do governo, ainda que com as rotineiras traições. Um ministro presente à reunião classificou o movimento como “pragmatismo puro”
Ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom), Sidônio Palmeira também terá de deixar o cargo caso queira repetir 2022 e atuar como marqueteiro da campanha de Lula no ano que vem. Via de regra, os ministros que saírem devem ser substituídos pelos secretários-executivos, com algumas exceções pontuais, numa tentativa de reduzir os impactos administrativos da debandada.
Ao que já se sabe, Anielle Franco (PT), Marina Silva (Rede), Alexandre Silveira (PSD), Carlos Fávaro (PSD), Silvio Costa Filho (Republicanos), Rui Costa (PT), André Fufuca (PP) e Celso Sabino (sem partido) tendem a deixar o governo para concorrer ao Senado.
Já a Câmara dos Deputados deve ser disputada pelos ministros Luiz Marinho (PT), Wolney Queiroz (PDT), Sônia Guajajara (PSOL), André de Paula (PSD), Paulo Teixeira (PT), Jader Filho (MDB) e Gleisi Hoffmann (PT).
Os nomes cotados para se lançar candidatos têm até 6 de abril para deixar os cargos. O prazo é estabelecido pela regra de desincompatibilização eleitoral prevista na Lei de Inelegibilidade (Lei Complementar 64/1990), que obriga o afastamento de determinados cargos e funções da administração pública para a disputa eleitoral. O objetivo é impedir o abuso de poder econômico ou político por meio do uso de recursos públicos.
Em busca de definições de palanques em estados estratégicos, como São Paulo e Minas Gerais, Lula estimulou seus auxiliares, durante o encontro, a deixarem os cargos para disputar as eleições de 2026.
Eleições 2026
20 ministros devem deixar o governo até o ano que vem para concorrer às eleições
Haddad deseja coordenar a campanha de Lula, enquanto Alckmin pode disputar a reeleição como vice; ambos também são cotados para o governo de SP
Fabio MuraKawa, Beatriz Gimenez
26/12/2025|07:05

Créditos: Flickr/ Krishna Naudin
Com a intenção de disputar as eleições de 2026, ao menos 20 ministros do governo Lula devem deixar seus cargos até abril do próximo ano, quando encerra o período para desincompatibilização. Ainda no primeiro semestre do próximo ano, a Esplanada tende a passar por mudanças profundas, impulsionadas tanto pelo calendário eleitoral quanto pela estratégia política do Planalto. A reorganização dos ministérios já está em curso, teve a nomeação de Guilherme Boulos para ministro da Secretaria-Geral da Presidência como passo importante e deve continuar a ser anunciada nos próximos meses.
Na última reunião ministerial, o presidente Lula anunciou que pretende se reunir com os integrantes do governo que irão se lançar candidatos para decidir a estratégia eleitoral do próximo ano. Afirmou que “não vai impedir ninguém de sair”, e ressalvou que não pode “obrigar ninguém a concorrer”.
Um dos primeiros a sair deve ser o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Segundo fontes do JOTA no Palácio, ele já deixou clara a intenção de se demitir até fevereiro.
Haddad deseja participar da coordenação da campanha de Lula, mas vem sendo pressionado a disputar o governo de São Paulo ou, ao menos, uma vaga no Senado, como parte da composição de um palanque competitivo no Estado. Ele também seria mantido como um “coringa” do presidente, que completou 80 anos em novembro, em caso de deterioração de sua saúde — cenário hoje visto como extraordinário, mas possível, levando-se em conta a idade. O nome mais cotado para substituí-lo na Fazenda é o do secretário-executivo Dario Durigan.
O atual vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), também deve deixar o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Ele é cotado para concorrer à reeleição da vice-Presidência ou para disputar o governo de São Paulo.
O presidente Lula declarou que ainda vai conversar com Haddad e Alckmin para “saber o que eles querem fazer”. Destacou, porém, “precisamos de um candidato a governador forte e candidato a Senado forte”, e enfatizou que o PT ainda tem “chance de fazer governador de São Paulo”.
No fim do encontro, Lula também anunciou a demissão do ministro do Turismo, Celso Sabino, que será substituído por Gustavo Damião, ex-secretário de Turismo da Paraíba e filho do deputado federal Damião Feliciano (União-PB). O movimento foi interpretado por integrantes do governo como uma sinalização pragmática, em meio à cobrança para que partidos de centro definam com mais clareza seu posicionamento eleitoral.
Sabino havia sido expulso do partido após descumprir a ordem do presidente da legenda, Antônio Rueda, pata deixar o cargo. Deputado federal pelo Pará e com ambição de concorrer ao Senado, o agora ex-ministro havia pedido a Lula para permanecer na cadeira até o fim da COP30. Com a troca, o cálculo do presidente é que ao menos 20 dos 59 deputados da bancada do União Brasil continuem na base do governo, ainda que com as rotineiras traições. Um ministro presente à reunião classificou o movimento como “pragmatismo puro”.
Ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom), Sidônio Palmeira também terá de deixar o cargo caso queira repetir 2022 e atuar como marqueteiro da campanha de Lula no ano que vem. Via de regra, os ministros que saírem devem ser substituídos pelos secretários-executivos, com algumas exceções pontuais, numa tentativa de reduzir os impactos administrativos da debandada.
Ao que já se sabe, Anielle Franco (PT), Marina Silva (Rede), Alexandre Silveira (PSD), Carlos Fávaro (PSD), Silvio Costa Filho (Republicanos), Rui Costa (PT), André Fufuca (PP) e Celso Sabino (sem partido) tendem a deixar o governo para concorrer ao Senado.
Já a Câmara dos Deputados deve ser disputada pelos ministros Luiz Marinho (PT), Wolney Queiroz (PDT), Sônia Guajajara (PSOL), André de Paula (PSD), Paulo Teixeira (PT), Jader Filho (MDB) e Gleisi Hoffmann (PT).
Os nomes cotados para se lançar candidatos têm até 6 de abril para deixar os cargos. O prazo é estabelecido pela regra de desincompatibilização eleitoral prevista na Lei de Inelegibilidade (Lei Complementar 64/1990), que obriga o afastamento de determinados cargos e funções da administração pública para a disputa eleitoral. O objetivo é impedir o abuso de poder econômico ou político por meio do uso de recursos públicos.
Em busca de definições de palanques em estados estratégicos, como São Paulo e Minas Gerais, Lula estimulou seus auxiliares, durante o encontro, a deixarem os cargos para disputar as eleições de 2026.
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Ao todo, 20 ministros devem deixar o governo até abril; veja quem são
- Simone Tebet (Planejamento)
- André Fufuca (Esportes)
- Jader Filho (Cidades)
- Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos)
- Renan Filho (Transportes)
- Waldez Góes (Desenvolvimento Regional)
- Márcio França (Empreendedorismo)
- Alexandre Silveira (Minas e Energia)
- Carlos Fávaro (Agricultura)
- Luiz Marinho
- Wolney Queiroz
- André de Paula (Pesca)
- Marina Silva (Meio Ambiente)
- Rui Costa (Casa Civil)
- Camilo Santana (Educação)
- Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário)
- Sônia Guajajara (Povos Indígenas)
- Anielle Franco (Igualdade Racial)
- Macaé Evaristo (Cultura)





