Álvaro Malaquias Santa Rosa, líder do TCP (Terceiro Comando Puro), é descrito pela polícia como um criminoso extremamente violento e que tem como característica torturar inimigos antes de matá-los

A PRF (Polícia Rodoviária Federal) abordou, em Campo Grande (MS), familiares do líder da facção TCP (Terceiro Comando Puro), Álvaro Malaquias Santa Rosa, o “Peixão”. O grupo seguia em direção à fronteira com a Bolívia quando foi parado.
Peixão é descrito pela polícia como um criminoso extremamente violento e que tem como característica torturar os inimigos antes de matá-los. O traficante é apontado como o mandante direto da ação criminosa executada por “narcoterroristas do Complexo do Israel”, na zona norte da cidade do Rio de Janeiro.
Evangélico, ele teria escolhido o nome “Complexo de Israel” para a regiaão onde atua e mandado espalhar estrelas de Davi, um símbolo judaico, pelas comunidades do complexo.
Abordagem da PRF
Segundo a PRF, a abordagem à família do traficante aconteceu por volta das 12h desta segunda-feira (8), quando equipes foram acionadas para localizar dois veículos que deixaram o Rio com destino a Corumbá (MS).
A informação inicial indicava que o traficante poderia estar no trajeto acompanhado da família em uma possível fuga para a Bolívia.
Após a abordagem aos veículos, os motoristas informaram ter sido contratados por um conhecido residente na Bolívia para transportar os passageiros até a cidade fronteiriça. Eles relataram que viajaram de avião até o Rio, onde passaram a noite, e iniciaram o deslocamento terrestre rumo ao Mato Grosso do Sul.
Nos carros estavam a esposa, três filhos e um sobrinho do traficante, mas o foragido não foi encontrado. Em revista, os policiais localizaram joias com inscrições que faziam referência ao procurado. O sobrinho afirmou ser o dono dos materiais.
Os familiares do traficante e os motoristas dos veículos foram detidos sob suspeita de lavagem de dinheiro, ocultação de bens e participação, direta ou indireta, em organização criminosa.
Esquema de importação de armas
Em março deste ano, a Polícia Federal desarticulou um sofisticado esquema de importação de armamento pesado para o tráfico de drogas no Rio de Janeiro, liderado por Peixão.
A investigação revelou que armas de guerra, munições, explosivos e até equipamentos anti-drone estavam sendo adquiridos do exterior e entregues por empresas de transporte e pelos Correios.
Entre o material que foi anexado ao processo, estão áudios que mostram Peixão negociando diretamente com fornecedores internacionais. Em uma das gravações, ele deixa claro o objetivo de manter um fluxo constante de compras.
“Resort do tráfico”
Entre as ações que a polícia segue realizando para capturar o traficante, está a destruição de um “resort do tráfico” construído dentro de uma favela, que incluía academia, piscina e lago artificial.
O local ficou conhecido por servir como palco para festas e reuniões de traficantes do TCP. A mansão foi construída irregularmente em uma área de preservação ambiental. A casa possuía um grande lago artificial e uma academia totalmente equipada.
O delegado André Neves, diretor do departamento geral de polícia especializada do Rio de Janeiro, afirmou ainda que o espaço funcionava com diversas irregularidades, incluindo ligações clandestinas de luz e água.
Agora, ele também é indiciado por importação ilegal de armas e equipamentos de guerra.




