Novo ciclone deve provocar ventania, tempestades e queda de temperatura no Sul e Sudeste; rajadas podem passar de 120 km/h

Formação do sistema entre 8 e 9 de dezembro acende alerta para transtornos como alagamentos, granizo e vento forte. Sul será a região mais afetada; efeitos chegam a SP, RJ, MG e parte do Centro-Oeste.

 Foto: Rodolfo Bonafim

Um novo ciclone extratropical em formação entre segunda (8) e terça-feira (9) deve mudar o tempo no Sul, Sudeste e parte do Centro-Oeste e colocar milhões de pessoas em alerta para temporais, ventania intensa e ondas fortes.

O sistema, descrito pela Climatempo como de forte intensidade, deve apresentar pressão atmosférica abaixo de 1.000 hPa — condição que costuma potencializar tempestades severas e rajadas acima de 100 km/h.

A partir de quarta (10), quando o ciclone já estará totalmente organizado e avançando para alto-mar na altura do litoral gaúcho, rajadas entre 90 km/h e 120 km/h podem atingir áreas do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, sobretudo regiões serranas e litorâneas.

O sistema também deve impactar São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, embora o centro do ciclone não avance sobre essas regiões — ele se forma no Sul e se desloca para o oceano na costa gaúcha.

Como o ciclone se forma e por que será intenso

O ciclone extratropical nasce a partir da intensificação de uma área de baixa pressão entre o sul do Paraguai, o nordeste da Argentina e o Rio Grande do Sul, na tarde e noite desta segunda-feira.

Principais riscos

O avanço do ciclone e da frente fria associada deve provocar:

  • Ventos de 90 km/h a 120 km/h no Sul do país
  • Chuva forte em curto período, com risco de alagamentos
  • Granizo localizado
  • Ondas altas e mar agitado, especialmente no RS e SC
  • Raios frequentes e instabilidade duradoura
  • Possibilidade de queda de energia e danos em estruturas

Onde o impacto será maior

Sul

É a região mais afetada.

  • Rio Grande do Sul: temporais já desde a madrugada de terça-feira, especialmente na Grande Porto Alegre. A quarta deve ser o dia mais crítico para ventania.
  • Santa Catarina: instabilidade forte entre 9 e 10 de dezembro, com risco elevado de chuva intensa e ventos muito fortes.
  • Paraná: terça-feira instável e rajadas mais frequentes na quarta.

Sudeste

Embora o ciclone não avance sobre a região, seus efeitos atingem:

  • São Paulo: aumento do vento já na terça e rajadas mais intensas na quarta-feira. Risco maior no litoral, Grande SP e Serra do Mar.
  • Rio de Janeiro: ventos fortes no centro-sul fluminense, incluindo Grande Rio e Serrana.
  • Minas Gerais: instabilidade no Sul de Minas, Zona da Mata, Triângulo e Grande BH.

O risco é menor que no Sul, mas a combinação de umidade, frente fria e ventania pode gerar temporais isolados.

Centro-Oeste

  • Mato Grosso do Sul: será o estado mais atingido na região, com rajadas moderadas já na segunda e potencial para ventos fortes na terça-feira.
  • Mato Grosso e Goiás também podem sentir aumento de instabilidade, mas com menor intensidade.

Quando o ciclone se afasta

A expectativa é que o centro do ciclone alcance o mar no litoral do Rio Grande do Sul entre a madrugada e a manhã de quarta-feira. Depois disso, ele deve seguir para alto-mar, se afastando gradualmente do Brasil ao longo da quinta-feira (11).

Mesmo em afastamento, o sistema continuará alimentando ventos fortes e mar agitado nas áreas costeiras do Sul.

Orientações de segurança

Defesa Civil e climatologistas recomendam:

  • Evitar áreas costeiras e mar aberto durante o pico do sistema.
  • Não se abrigar sob árvores nem aproximar-se de redes elétricas durante tempestades.
  • Reforçar telhados e remover objetos soltos que possam ser arremessados pelo vento.
  • Acompanhar alertas locais, que podem indicar evacuação preventiva em áreas de risco.

O que esperar nos próximos dias

Com o afastamento do ciclone, o tempo deve estabilizar gradualmente no Sul a partir de quinta (11), enquanto o Sudeste deve seguir com instabilidade pontual e temperaturas mais amenas. No Centro-Oeste, o calor retorna, mas com pancadas isoladas.

Dezembro costuma registrar formação de sistemas severos, mas a intensidade prevista desta vez exige monitoramento constante.

Na madrugada de terça, o sistema se organiza completamente e cruza o território gaúcho de oeste para leste, alcançando a região de Porto Alegre até a noite.

A pressão atmosférica muito baixa é um dos fatores que turbina as rajadas de vento e facilita a formação de nuvens do tipo cumulonimbus, responsáveis por temporais, raios, granizo e microexplosões.

Em episódios assim, não é descartada a ocorrência de rajadas destrutivas associadas a tornados.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

19 − 2 =