Conhecida como “garota biônica”, Olivia Farnsworth, da Inglaterra, nasceu com uma condição genética rara que impede que ela sinta dor, tenha apetite ou consiga dormir por mais de duas horas

Já imaginou como seria viver sem sentir dor, fome ou cansaço? Essa é a realidade da britânica Olivia Farnsworth, hoje com 16 anos, que nasceu com uma condição genética rara, tornando-a uma verdadeira “garota biônica”. Olivia possui uma desordem genética chamada deleção do cromossomo 6p, onde uma parte do cromossomo 6 está ausente. Acredita-se que existam apenas 100 pessoas com essa condição, mas Olivia é considerada a única pessoa a apresentar os três sintomas mais extremos e raros: ausência de dor, falta de fome e sono mínimo.
Embora seja algo muito impressionante, também é preciso tomar alguns cuidados. O aspecto mais preocupante da condição de Olivia é sua incapacidade de sentir dor. Essa falta de sensibilidade faz com que ela possa se machucar gravemente sem perceber, o que representa riscos significativos à sua saúde e bem-estar. Sua família precisa permanecer vigilante, monitorando-a de perto para evitar danos.
Um dos momentos mais surpreendentes da vida de Olivia foi quando a garota foi atropelada por um carro e arrastada por quase 10 metros aos 7 anos de idade. Qualquer outra criança teria se ferido gravemente, mas Olivia simplesmente se levantou e continuou andando, sem entender o pânico ao seu redor.
“Ela foi atropelada e arrastada pela rua por um carro, e não reclamou. Foi horrível; não acho que seja algo de que eu vá me recuperar algum dia. Eu estava gritando, e todos os meus outros filhos estavam gritando enquanto ela corria para fora. Mas Olivia estava apenas tipo: ‘O que está acontecendo?’ Ela simplesmente se levantou e começou a andar de volta até mim. O hospital disse que ela é biônica. Por causa do impacto, ela deveria ter tido ferimentos graves”, lembrou a mãe, Niki, ao YorkshireLive.
Em outra ocasião, machucou gravemente o lábio e precisou de cirurgia reconstrutiva, mas ela não demonstrou nenhum desconforto. Por isso, sua rotina exige vigilância constante da família para evitar lesões não percebidas, já que ferimentos graves, como uma queimadura ou um osso quebrado, possam passar despercebido, tornando seu dia a dia um delicado equilíbrio entre o extraordinário e o perigoso.
Falta de apetite e sono
Desde bebê, Olivia apresentava comportamentos que intrigavam a mãe: recusava alimentos e nunca demonstrava fome. Hoje, ela se alimenta apenas porque sabe que é necessário, seguindo uma rotina na escola com as outras crianças, embora, em casa, passe por fases de fixação em um único tipo de alimento por meses seguidos.
Outro desafio para Olivia é o sono. Desde o nascimento, a garota dormiu apenas duas horas consecutivas. Até hoje, sem medicação, ela não consegue adormecer naturalmente e pode ficar acordada por até três dias seguidos. Para lidar com isso, Olivia segue um regime rigoroso de medicamentos indutores do sono para controlar a insônia, que é um dos aspectos mais difíceis de sua vida diária.
Além de suas características incomuns, Olivia lida com desafios emocionais importantes. Sua condição também influencia suas emoções, levando a oscilações de humor intensas e episódios de explosões de raiva. Sua mãe tem se dedicado a divulgar informações sobre as anomalias do cromossomo 6, ajudando outras famílias a entender e lidar com casos semelhantes. Atualmente, não existe cura para a condição de Olivia, e a medicina se concentra em proporcionar a ela a maior qualidade de vida possível, para que possa viver uma vida normal.




