Bolsonaro alega ‘alucinação’ de que havia escuta na tornozeleira

Crédito: Saulo Cruz

O ex-presidente Jair Bolsonaro disse durante a audiência de custódia realizada neste domingo (23/11) que teve uma “certa paranoia” de sexta para sábado em razão de medicamentos e, por isso, tentou violar a tornozeleira eletrônica. Ele explicou que estava com alucinação de que havia alguma escuta no equipamento. O ex-presidente, que teve a prisão preventiva decretada pelo ministro Alexandre de Moraes no sábado (22/11) por tentativa de fuga, disse que não tinha intenção de fugir.

As informações da audiência de custódia, conduzida por videoconferência por uma juíza do gabinete de Moraes, Luciana Yuki Fugishita Sorrentino, constam na ata divulgada nos autos do Supremo Tribunal Federal (STF). A prisão preventiva foi mantida.

À juíza, Bolsonaro disse que começou a mexer com a tornozeleira tarde da noite e parou por volta de meia-noite. O ex-presidente afirmou que tem curso de operação de solda e possui o equipamento em casa.

Bolsonaro também informou que as demais pessoas que estavam na casa dormiam e que ninguém percebeu sua ação com a tornozeleira e a solda. Na residência estavam a filha do ex-presidente, o irmão mais velho e um assessor.

Na audiência, contou que tentou abrir a tampa da tornozeleira por conta da alucinação sobre uma possível escuta. Ele afirmou ainda que não se lembra de ter tido um surto como esse em outra ocasião e narrou à juíza que passou a tomar um dos remédios cerca de 4 dias antes do episódio. Segundo ele, os remédios são Pregabalina e Sertralina e foram receitados pelos seus médicos Cláudio Birolini, Leandro Chenique e Marina Graziottin Pasolini.

Bolsonaro afirmou que não tinha qualquer intenção de fuga e que não houve rompimento da cinta da tornozeleira. Afirmou, ainda, que havia rompido anteriormente a cinta em uma ocasião em que precisou realizar uma tomografia.

Sobre a vigília convocada por seu filho Flávio Bolsonaro, o ex-presidente afirmou que o local da manifestação ficaria a 700 metros da sua casa, no Jardim Botânico, em Brasília, não havendo possibilidade de criar qualquer tumulto que pudesse facilitar hipotética fuga.

Visitas

Mais cedo, Moraes autorizou a visita da mulher de Jair Bolsonaro à Superintendência Regional da Polícia Federal no Distrito Federal, onde ele está preso desde ontem por tentativa de fuga. A visita pode ser realizada das 15h às 17h deste domingo (23/11). O ministro pediu a indicação dos filhos que queriam fazer a visita. Depois, a defesa indicou os nomes de Flávio, Carlos e Jair Renan.

Moraes também atendeu a um pedido da defesa para que liberasse a ida de Michele e dos filhos ao local. No sábado, quando ocorreu a prisão, ela não estava presente por motivo de viagem.

Termina nesta tarde também, às 16h30, o prazo para a defesa entregar explicações sobre o motivo pelo qual Bolsonaro tentou romper a tornozeleira eletrônica.

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