
O governo do estado pretende iniciar uma ação coordenada para remover barricadas instaladas por grupos criminosos em parte da Região Metropolitana. Foram mapeadas ao menos 13.604 até agora. O plano prevê uma ação contínua, diária e de longa duração, com a participação de equipes do estado e dos municípios onde as barreiras estão instaladas. A previsão é que nesta segunda-feira o governador Cláudio Castro participe de uma reunião com os prefeitos das cidades envolvidas para acertar os detalhes da ação.
— Temos georreferenciados mais de 13 mil pontos de barricadas na capital, na Baixada Fluminense e no Leste Fluminense. Nesta segunda-feira (hoje), vamos nos reunir com os prefeitos para dividir tarefas com eles. Chamei todos os prefeitos da Região Metropolitana, de todos os matizes (políticos) — disse o governador Cláudio Castro.
Embora o problema atinja toda a Região Metropolitana, o governo identifica que a situação é mais crítica em São Gonçalo e São João de Meriti, municípios onde a presença de grupos armados e disputas territoriais impõe maior número de obstruções.
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A ideia é que a ação contra as barricadas não se resuma a apenas desobstruir vias, mas promova a remoção completa da infraestrutura montada pelos grupos criminosos nas ruas. Isso inclui construções improvisadas, carros abandonados, cabos, restos de madeira e outros objetos usados para bloquear acessos.
— Por isso, as prefeituras serão importantes, sobretudo, com caminhões para tirar esse material. Valas (abertas pelos bandidos) também serão aterradas. Vamos colocar concreto na mesma hora. O Estado provê os kits de demolição, de corte etc. Vamos começar com 50 equipamentos e, em seguida, aumentaremos até conseguir tirar tudo. Vamos utilizar também maquinário (como retroescavadeiras e tratores) de contratos que temos com diferentes secretarias. E o papel da Polícia Militar será dar segurança para que o Estado possa entrar e retirar. A operação envolve prefeituras e diversas secretarias — diz o governador.
Castro afirmou ainda que as operações serão diárias até o fim de seu mandato. Ele afirmou que qualquer tentativa de reconstrução das barricadas será respondida imediatamente:
— Quem botar barricadas de volta vai receber, no dia seguinte, uma visita do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais da PM) e da Core (Coordenadoria de Recursos Especiais da Polícia Civil).
Obstáculos ao direito de ir e vir de milhões de pessoas no Rio, as barricadas são peça importante na estratégia de domínio territorial dos grupos criminosos ao dificultar a entrada das forças de segurança. As barreiras podem ser feitas com pedaços de ferro chumbados como estacas diretamente no chão, carcaças de automóveis ou outros veículos, barris cobertos om cimento ou qualquer outro objeto capaz de bloquear a passagem.
Em setembro, dois policiais militares do 17º BPM (Ilha do Governador) ficaram feridos por explosivos instalados em uma barricada durante patrulhamento na comunidade do Barbante, na Zona Norte do Rio.




