
O Brasil já esperou demais. Foram meses tentando diálogo, construindo pontes e buscando acordos para evitar prejuízos comerciais. Mas do outro lado, o silêncio e a arrogância imperaram. Diante das tarifas impostas pelos Estados Unidos, não há mais espaço para paciência: é hora de devolver na mesma moeda.
Essa não é apenas uma questão econômica — é política. E, infelizmente, a ideologia de parte da direita brasileira parece torcer para que o povo sofra, como se o fracasso do país fosse uma vitória eleitoral. Enquanto isso, a economia dos Estados Unidos também dá sinais de desgaste: o PIB norte-americano deve crescer apenas 1,4% este ano, metade do crescimento projetado para o Brasil (2,5%). É um contraste que chama atenção no mundo e desmonta a narrativa de que só eles sabem “fazer economia”.
A imagem que os Estados Unidos projetaram nas décadas de 1950 e 1960 — de força, produção e liderança global — está se desgastando. Hoje, enfrentam problemas graves: altos índices de obesidade, queda de produtividade, crises sociais e uma média de 45 mil suicídios por ano. Angústia e depressão se tornaram epidemias silenciosas.
Enquanto isso, o Brasil desponta como potência estratégica. Somos um país continental, com clima tropical, terras férteis, um dos maiores celeiros agrícolas do planeta e uma diversidade cultural, esportiva e natural que atrai os olhos do mundo. E ainda temos um trunfo que desperta cobiça internacional: as terras raras, fundamentais para tecnologias avançadas.
Não podemos mais agir como coadjuvantes na geopolítica. Os Estados Unidos vivem de olho em nossas riquezas e no nosso potencial de crescimento. Retaliar as tarifas não é só uma questão comercial — é um recado de soberania. O Brasil precisa mostrar que sabe se defender, que negocia, mas também reage.
Se antes éramos vistos como um país que aceitava imposições, agora é a hora de mostrar que sabemos dizer “não” e proteger nossos interesses. O mundo está mudando — e o Brasil pode ser protagonista dessa nova ordem.
Por| Alenilton Malta
