Bahia se despede da Sul-Americana com falha crucial e pouco poder de reação

Foto: Rafael Rodrigues/EC Bahia

O risco de frustrações mencionado por Rogério Ceni em relação ao segundo semestre do futebol se confirmou relativamente cedo. O Bahia teve noite ruim nos aspectos coletivo e individual, na última terça-feira, e deixou a Sul-Americana de forma precoce. A eliminação nos playoffs após derrota de 1 a 0 para o América de Cali, na Colômbia, foi reflexo de um Tricolor que cometeu falha crucial e não teve poder de reação 

Michel Araujo foi a escolha do técnico Rogério Ceni para substituir Everton Ribeiro, suspenso e que fez muita falta na partida. No ataque, Willian José não tinha condições de jogar muito tempo após se recuperar de entorse no tornozelo, por isso Cauly foi escalado. O lateral Santiago Arias também voltou ao time titular no lugar de Gilberto.

  • Escalação do Bahia: Marcos Felipe; Santi Arias, David Duarte, Ramos Mingo e Luciano Juba; Caio Alexandre, Jean Lucas e Michel Araujo; Ademir, Erick Pulga e Cauly.

Em um início que teve mais posse de bola do adversário, o Bahia contava com mais mobilidade no ataque e menos referência na área para concluir jogadas pelos lados. A primeira boa finalização foi por meio de jogada individual de Erick Pulga, que não tinha opção de passe mais perto do gol, aos 15 minutos.

Com o passar do primeiro tempo, o Tricolor aumentou a posse da bola, mas sem manter o controle de jogo no qual é acostumado. Em dificuldade com a imposição física do América, o Bahia precisou neutralizar bolas esticadas, cruzamentos, faltas e escanteios.

Mas o sistema defensivo se comportou bem até cometer erro crucial aos 28 minutos, quando houve indecisão após transição rápida do adversário. Ramos Mingo e Marcos Felipe se atrapalharam no recuo do zagueiro – David Duarte também havia cochilado um pouco antes. O goleiro tirou a bola de qualquer jeito da área, mas demorou de reagir para voltar ao gol. Com isso, Jhon Murillo bateu de primeira de longe para abrir o placar.

O gol desestabilizou o Bahia, que passou mais momentos sem bola e deixou de marcar presença no campo de ataque durante boa parte do restante da primeira etapa.

O Tricolor não acertou mais a saída de bola, que já estava ruim antes do gol, e só voltou a atacar em lances de escanteio, aos 42 e aos 44 minutos. Mas quem levou perigo na bola parada aérea foi o América de Cali, nos acréscimos.

Além de ter dificuldade em sustentar bola e sair do campo de defesa, o Bahia sofreu muito por causa da falta de um centroavante diante de uma linha de marcação muito bem posicionada. A entrada de Willian José na volta do intervalo (Ademir deixou o time) foi justamente para mudar este cenário, que havia sido citado por Ceni após o jogo de ida.

Ceni também trocou Luciano Juba por Iago Borduchi, que fez uma função mais avançada como lateral-esquerdo e teve o apoio de Cauly. Com isso, Erick Pulga passou a jogar pela direita do sistema ofensivo.

O Bahia ate ensaiou uma pressão ofensiva, mas não demorou a permitir chegadas e finalizações até perigosas dos donos da casa. Os erros no campo de ataque e de posicionamento defensivo começaram deixaram o jogo mais difícil, confirmando que as primeiras trocas não mudaram o time.

Nessa troca de tentativa de pressão no ataque e transições defensivas, o Bahia ficou mais perto de sofrer o segundo gol do que de empatar a partida. Aos 17, Marcos Felipe defendeu chute de Barrios após Mingo cochilar no posicionamento em contra-ataque adversário.

Logo depois, Rogério Ceni voltou a atacar com Pulga pela esquerda ao tirar Cauly de campo para apostar em Kayky pelo lado direito e pelo centro do ataque. A mudança deixou o jogo um pouco mais fluido na troca de passes, e Kayky desperdiçou boa chance após tabela com Jean Lucas pelo meio da área, aos 27 minutos.

Mas apenas isso em uma noite pouco inspirada do Bahia. Os inúmeros erros ofensivos pesaram bastante. Na reta final do jogo, Ceni ainda trocou Caio Alexandre e Michel Araujo por Acevedo e Lucho Rodríguez.

O treinador tentou um meio-campista a menos e um atacante a mais em busca do empate, mas o time não melhorou em criatividade e ainda levou o segundo já nos acréscimos, após falha de Iago Borduchi na bola aérea.

O Bahia caiu no mata-mata da Sul-Americana após um jogo de volta muito ruim no qual sequer finalizou dentro do gol, mas vale ressaltar que o Tricolor até foi superior na partida de ida, em Salvador, mesmo com um time misto, e não construiu vantagem diante dos colombianos.

Agora, chegou a hora de penar no Brasileirão. Neste domingo, o Bahia enfrenta o Juventude, na casa de Apostas Arena Fonte Nova, às 18h30 (horário de Brasília), pela 17ª rodada.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

2 × 1 =