
A investida de Jair Bolsonaro e seu filho Eduardo Bolsonaro contra o ministro Alexandre de Moraes e o Supremo Tribunal Federal (STF), por meio das articulações com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, garantiu ao ex-presidente mais uma investigação contra ele na Corte. O saldo de investigações, inquéritos e ações penais tramitando no STF já soma pelo menos 11.
A investigação mais recente foi aberta no dia 11 de julho de 2025 e foi por conta dela que Bolsonaro foi alvo de operação da Polícia Federal nesta sexta-feira (18/7) e a ele foram impostas medidas cautelares como o uso de tornozeleira eletrônica, apreensão do celular, recolhimento noturno e proibição de usar redes sociais e de manter contato com embaixadores. As medidas foram tomadas por risco de fuga, obstrução do processo e atentado à soberania nacional.
A apuração começou dois dias depois de o presidente Donald Trump ameaçar o Brasil com tarifas de 50% e afirmar, em carta ao presidente Lula que há uma “caça às bruxas” contra o ex-presidente Bolsonaro, que precisa se encerrar “imediatamente”. A Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República (PGR) sustentam que Bolsonaro e seu filho Eduardo articulam nos Estados Unidos contra a soberania nacional e a independência do Poder Judiciário, e que as medidas vêm se intensificando à medida que avança a ação penal em que o ex-presidente é réu por tentativa de golpe de estado em 2022.
Na lista das ações contra Bolsonaro no STF estão o inquérito das fake news, o das milícias digitais, a ação contra a tentativa de golpe de estado em 2022, o vazamento de dados de investigação sigilosa da PF, investigação sobre fake news relacionando vacina contra a Covid-19 à Aids, e as notícias falsas sobre as urnas e o processo eleitoral.
Vale lembrar que o ex-presidente não foi indiciado no caso da Abin Paralela porque a Polícia Federal entendeu que ele já está indiciado pelo mesmo crime de organização criminosa na ação penal sobre a tentativa de golpe. Em relação ao inquérito sobre o cartão de vacinas, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, pediu o arquivamento.
Veja a lista completa
- INQ 4781 – conhecido como inquérito das “fake news”, apura a disseminação de notícias falsas e ataques contra ministros do STF
- INQ 4831 – investiga interferência na Polícia Federal, conforme denunciou o então ministro da Justiça Sérgio Moro
- INQ 4874 – apura a existência de uma milícia digital que atua para minar o Estado Democrático de Direito
- INQ 4878 – investiga o vazamento de dados de investigação sigilosa da Polícia Federal, com o objetivo de expandir a narrativa fraudulenta contra o processo eleitoral
- INQ 4879 – apura atos antidemocráticos
- INQ 4888 – investigação aberta após Bolsonaro disseminar “fake news” que relacionava a vacina contra a Covid-19 à Aids
- Pet 9842 – investiga live em que Bolsonaro teria disseminado notícias falsas sobre urnas e processo eleitoral
- Pet 10405 – investiga a adulteração de cartões de vacina; PGR pediu arquivamento
- Pet 11645 – investiga a entrada de joias doadas pela Arábia Saudita e tentativa de reavê-las
- Pet 12100 (virou AP 2668)- tentativa de golpe de estado e atentado ao estado democrático de direito em 2022
- Pet 14129 – investiga a mobilização contra o STF e a soberania brasileira nos Estados Unidos.