
A pressão tarifária que Donald Trump tenta impor ao Brasil, com ameaças veladas e discursos inflamados, não passa de um jogo político e ideológico ultrapassado. Mas desta vez, o país não se intimidou. O governo brasileiro, com apoio surpreendente até da oposição no Congresso, mostrou firmeza. O que se viu foi um Brasil unido – algo raro – para resistir à chantagem econômica de um grupo isolado e cada vez mais desacreditado ligado a Jair Bolsonaro.

Trump parece não ter entendido que o cenário geopolítico mudou. O Brasil de 2025 é um país mais maduro, com protagonismo internacional e, acima de tudo, com um agronegócio que virou peça-chave para várias economias, inclusive a americana. A balança comercial entre Brasil e EUA é sustentada em boa parte pela exportação de alimentos — algo vital. Afinal, qual nação vive sem comida?
Os Estados Unidos sabem disso. Por mais que Trump tente posar de durão, o recuo é inevitável. Bater de frente com o Brasil agora é um tiro no pé. O país tem opções, tem parceiros comerciais de peso, e está fortalecido em bloco com o Sul Global.
Tiro pela culatra

A tentativa de pressão virou boomerang: Bolsonaro perde seguidores a cada dia por alinhar-se com interesses externos em vez de defender os brasileiros. E Trump, ao forçar a mão, ajuda a consolidar um novo momento da política brasileira — mais soberano, mais estratégico e, acima de tudo, mais respeitado.
Por| Alenilton Malta
