
Cenário internacional vive dias tensos com o acirramento da crise institucional entre o governo brasileiro e os Estados Unidos. O que antes se resolvia com diplomacia discreta, hoje ganha contornos públicos e estratégicos. No centro desse embate está o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que vem surpreendendo até mesmo seus críticos com uma postura firme, serena e nacionalista, deixando claro que o Brasil não aceitará imposições de nenhuma potência estrangeira.
A crise, que teve início com divergências em fóruns internacionais e se intensificou com pressões comerciais e posicionamentos políticos distintos, escancara um novo momento nas relações exteriores. Os Estados Unidos, historicamente acostumados a impor sua vontade a países que consideram “menores”, encontram hoje um Brasil que cresceu, amadureceu e ocupa uma posição relevante no tabuleiro global.
O presidente Lula, veterano da política, tem usado a diplomacia com sabedoria, mas sem subserviência. Ele defende com veemência os interesses nacionais, principalmente nas áreas de soberania econômica, acordos comerciais e autonomia política. “O Brasil não é quintal de ninguém”, afirmou recentemente, reforçando que o país caminha com seus próprios pés e fala de igual para igual com qualquer nação.
Nos bastidores, fontes do Itamaraty revelam que a tensão pode escalar caso os EUA continuem pressionando em temas sensíveis como meio ambiente, parcerias estratégicas com a China, e o uso de tecnologias sensíveis. Contudo, a diferença é que, hoje, o Brasil tem cartas fortes na mesa.
Um exemplo disso é a balança comercial. Se no passado o Brasil era quase que totalmente dependente dos Estados Unidos, hoje a realidade é diferente. O Brasil diversificou suas parcerias, firmou acordos bilaterais com a Europa, Ásia e África, e viu na China seu maior parceiro comercial. Além disso, o país se consolidou como uma potência alimentar: o agronegócio brasileiro alimenta boa parte do planeta — e muitos países, inclusive os mais ricos, sabem que dependem do Brasil para manter sua segurança alimentar.
Essa mudança de eixo, do subdesenvolvimento dependente para a autonomia estratégica, está no centro da crise atual. E é justamente essa autonomia que Lula defende com convicção. A surpresa, para muitos, está na forma como ele tem lidado com essa pressão: com diplomacia firme, sem histrionismo, e com um discurso que coloca o Brasil como protagonista.
Se a crise vai se agravar ou não, ainda é cedo para dizer. Mas uma coisa é certa: o Brasil de hoje não é o Brasil de ontem. E Lula parece determinado a não deixar que o país retroceda em sua soberania. A era dos capachos parece ter ficado no passado.
Por| Alenilton Malta
