
Por De Cara com as Feras
A recente declaração firme do presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, repercutiu fortemente dentro e fora do Brasil. Em um tom que mesclou soberania e crítica à postura imperialista norte-americana, Lula deixou claro que o Brasil não está mais disposto a se curvar diante dos interesses externos. A fala, considerada corajosa por muitos analistas, teve impacto direto na popularidade do governo, que agora passa a adotar uma postura mais confrontadora – tanto no cenário internacional quanto no doméstico.
Essa nova fase do governo Lula tem surtido efeito especialmente entre os brasileiros mais atentos às manobras políticas de Brasília. Ao bater de frente com Trump, Lula não apenas mostrou independência diplomática, mas também acendeu uma luz sobre os problemas internos, especialmente no Congresso Nacional. Enquanto o Executivo tenta manter investimentos em áreas essenciais como saúde, educação e assistência social, o Legislativo segue votando em causa própria, promovendo cortes em políticas públicas e, ao mesmo tempo, inflando seus próprios privilégios.
É contraditório: o mesmo Congresso que clama por responsabilidade fiscal, que pressiona o governo federal a “enxugar gastos”, é o que aprova aumentos salariais para parlamentares, amplia o número de deputados e, principalmente, turbina as emendas parlamentares – aquelas que viram moeda de troca política e nem sempre são aplicadas com transparência.
A resposta de Lula vai além do confronto verbal. Ele tem colocado o dedo na ferida, expondo essas hipocrisias e incentivando a população a abrir os olhos para o jogo sujo que se trava no coração do poder. Com isso, o presidente parece ter entendido que, se quiser governar com apoio popular, precisa apostar no desgaste do Congresso e mostrar quem realmente está do lado do povo.
A estratégia, embora arriscada, tem surtido efeito. Nas redes sociais, manifestações de apoio à postura firme do presidente se multiplicam, enquanto crescem as críticas à atuação de deputados e senadores que se escondem por trás de discursos técnicos para manter seus próprios privilégios. A polarização, que parecia arrefecer, ganha novos contornos: agora, não se trata apenas de direita e esquerda, mas de quem está do lado do povo e quem está do lado do próprio bolso.
A fala contra Trump pode ter sido o estopim de uma virada. Lula, ao reagir à altura, sinalizou que o Brasil tem voz, tem liderança e que não aceitará ser tratado como quintal de potência alguma. Mais do que isso, acendeu um debate urgente: até quando o Congresso Nacional continuará ditando as regras do jogo sem prestar contas à população?
A resposta pode vir nas ruas. Ou nas urnas.
Por| Alenilton Malta
