
Por De Cara com as Feras
A ansiedade não bate à porta — ela invade. Sem pedir licença, toma conta do corpo, da mente e da rotina. É o mal silencioso do século XXI, que atinge jovens e adultos, ricos e pobres, homens e mulheres. Ela surge nos boletos acumulados, nas relações frágeis, na pressão por resultados, na ânsia de ser produtivo o tempo todo. E o preço que se paga por viver nesse modo acelerado é alto: a saúde física e emocional vai ficando pelo caminho.
A ciência não deixa dúvidas. A ansiedade está por trás de uma série de doenças físicas: dores no peito, tensão muscular, enxaquecas constantes, queda de cabelo, insônia, problemas digestivos, alteração de batimentos cardíacos e até crises de pânico. O corpo responde ao estresse como se estivesse em guerra, liberando adrenalina e cortisol o tempo todo — um estado de alerta permanente que vai destruindo o organismo aos poucos.
No campo emocional, os danos são igualmente devastadores. Irritabilidade, choro fácil, falta de concentração, pensamentos negativos e até depressão caminham de mãos dadas com a ansiedade. É como se a pessoa vivesse constantemente no “modo emergência”, esperando o pior, mesmo quando tudo está aparentemente calmo.
O grande vilão não é o futuro — é a expectativa. O medo de falhar, de não dar conta, de decepcionar. A sociedade atual cobra demais, empurra demais, e dá pouco espaço para respirar. Vivemos a era da comparação: redes sociais lotadas de vidas perfeitas e corpos inalcançáveis, enquanto a realidade é dura, pesada, e exige muito mais do que um filtro bonito.
Mas nem tudo está perdido. Existe saída, e ela começa com autocuidado e atitude. A ansiedade pode ser vencida, controlada, domada. Praticar atividades físicas regularmente é uma das armas mais poderosas. Caminhar, correr, pedalar, dançar — qualquer movimento é um alívio para a mente. A endorfina é uma aliada fiel.
Outra chave é a terapia. Falar, refletir, entender as raízes dos medos. Com ajuda profissional, é possível ressignificar traumas, organizar os pensamentos e construir uma vida mais leve. Técnicas como a meditação, respiração consciente e mindfulness também têm feito a diferença na vida de milhões de pessoas.
Mais do que tudo, é preciso parar de romantizar o excesso. Você não precisa ser o melhor o tempo todo. Não precisa estar disponível 24 horas por dia. Não precisa dar conta de tudo. Ser humano é também saber parar, respirar, e dizer “não” quando for necessário.
A ansiedade pode até ser o mal do século, mas você não precisa ser mais uma vítima dela. Com coragem, disciplina e apoio, é possível retomar o controle, reconstruir a paz e voltar a ser dono da própria história.
Você não está sozinho. E sim, você pode vencer.
Por| Alenilton Malta
