“O Brasil do Veto: Quando os Ricos Mandam e o Povo Obedece”

Desigualdade social: o que é, dados, consequências - Brasil ...

Por| Alenilton Malta

É revoltante, para dizer o mínimo, ver setores da elite econômica brasileira se articulando, mais uma vez, para defender seus privilégios à custa do sofrimento de milhões. A recente movimentação para impedir a taxação da alta renda, como o caso do veto à lei sobre o IOF e outras propostas de justiça fiscal, expõe uma ferida antiga: no Brasil, quem tem dinheiro manda — e quem precisa sobrevive como pode.

Estamos em 2025, mas parece que ainda vivemos no século XIX. O Brasil segue refém de uma burguesia patrimonialista, conservadora e hipócrita, que defende o país apenas quando isso favorece seus próprios interesses. É o velho “patriotismo de conveniência”, o mesmo que, desde os tempos da monarquia, coloca o Estado a serviço de poucos.

Dizem que a Constituição de 1988 é cidadã. Mas cidadã para quem? Para o banqueiro? Para o latifundiário? Para os grandes empresários que se blindam por meio de brechas legais, isenções e benefícios fiscais? A verdade é que a “carta cidadã” segue os moldes da primeira Constituição de 1824, aquela em que o direito ao voto dependia de patrimônio — ou seja, o povo nunca teve voz, só teve dever.

Enquanto isso, as classes populares vivem como o ornitorrinco: um bicho estranho, híbrido, sem lugar definido no mundo animal — e é assim que o sistema nos quer, confusos, dependentes, anestesiados. O Brasil é mestre em criar uma sociedade que nunca se desenvolve plenamente, que vive de esmolas políticas, de migalhas lançadas por quem lucra com a pobreza.

Não é coincidência que cada avanço em direção à justiça tributária cause histeria nos salões da Faria Lima. Quando se fala em tributar lucros e dividendos, há um coro de desespero da elite, que se julga vítima. Mas quem é realmente vítima? O pequeno agricultor que sobrevive com auxílio? A mulher negra da periferia que sustenta a família com um salário mínimo? O jovem que morre na fila de espera do SUS?

O Brasil precisa urgentemente de uma reforma tributária justa e progressiva, onde quem tem mais contribua mais — como ocorre em países que realmente se desenvolveram. Chega de naturalizar um sistema que protege os ricos e sacrifica os pobres. Chega de um país onde se derruba o teto da casa do povo para manter o teto de vidro dos privilegiados intacto.

É hora de derrubar o veto. É hora de levantar a voz contra essa burguesia parasitária que insiste em sugar o país enquanto finge que o ama.

Por| Alenilton Malta| Jornalista\Site De Cara com as Feras

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