
Nesta segunda-feira (7), a atriz Fernanda Machado fez um relato que chamou a atenção nas redes sociais: mesmo sem útero, ela ainda tem ciclos menstruais e sofre com os sintomas da endometriose.
“Ainda tenho meus ciclos menstruais, e, por isso, ainda sofro de endometriose e de Transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM). Sim, eu ainda sofro de endometriose, mesmo sem útero”, contou Fernanda em um vídeo publicado em seu perfil no Instagram.
O relato faz parte da divulgação de seu novo livro, “Tudo que não me contaram sobre a maternidade“, que deve ser lançado em maio no Brasil. Entre os assuntos, ela fala abertamente sobre como a maternidade transformou sua vida — inclusive do ponto de vista físico e emocional.
Mesmo sem útero, o ciclo continua
Em 2020, Fernanda precisou retirar o útero após o nascimento do segundo filho, Leo. Logo depois do parto, teve complicações e, para conter as hemorragias, a equipe médica entendeu que o melhor seria remover o órgão.
“Depois de todas as tentativas pra salvar meu útero, perdi muito sangue e a médica me explicou que pra salvar minha vida, ela teria que removê-lo”, comentou.
A cirurgia de retirada do útero é chamada de histerectomia. Ela pode ser total (quando são retirados o útero inteiro e o colo do útero) ou parcial (quandoo corpo do útero é removido, mas o colo do útero é mantido). Fernanda fez a histerectomia parcial: seu útero foi retirado, mas os ovários e o colo do útero foram mantidos.
Muita gente acredita que, ao tirar o útero, todos os sintomas da menstruação vão embora. Mas o corpo da mulher é mais complexo que isso — e cada caso é diferente.
Quando uma mulher retira o útero, ela para de menstruar — afinal, o sangue da menstruação vem justamente desse órgão. Mas se os ovários continuam no corpo, eles seguem funcionando e liberando os hormônios do ciclo menstrual, como estrogênio e progesterona. E são esses hormônios que causam os sintomas que muita gente sente todos os meses: cólica, inchaço, irritação, dor de cabeça…
TDPM: sintomas de TPM ainda mais acentuados
Mesmo sem o útero, Fernanda continua sentindo as ações dos hormônios. E, no caso dela, esses efeitos vêm com força: a atriz foi diagnosticada com Transtorno Disfórico Pré-Menstrual (TDPM), uma condição mais intensa do que a famosa TPM.
“O cérebro das mulheres com TDPM é extremamente sensível às oscilações hormonais do ciclo menstrual. Em especial com as que acontecem logo após a ovulação”, explicou Fernanda, em um vídeo publicado nas redes sociais.
O resultado? Uma montanha-russa emocional que vai muito além dos sintomas comuns da TPM. “Tudo isso gera insônia, ansiedade, depressão, pensamentos suicidas e muitos outros sintomas debilitantes”, completou.