Juscelino Filho pede exoneração do cargo de ministro após denúncia da PGR

 Crédito: Kayo Sousa/MCom

O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, decidiu nesta terça-feira (8/4) pedir exoneração do cargo. A decisão foi tomada após a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentar ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma denúncia por suspeita de corrupção passiva em caso relacionado a desvio de emendas na época em que ele ainda era parlamentar.

Mais cedo, ele se reuniu com integrantes do governo e de seu partido, União Brasil. No encontro, o ministro, que é parlamentar licenciado, foi aconselhado a deixar o cargo. Em junho do ano passado, quando a Polícia Federal indiciou Juscelino por suspeita de envolvimento em esquema de desvio de emendas, o presidente indicou que afastaria o ministro em caso de denúncia. A investigação é a mesma sobre a qual versa a denúncia da PGR

À época, Lula afirmou que preservaria o direito à defesa e à presunção de inocência. “O que eu disse ao Juscelino foi: ‘A verdade só você conhece. Se o procurador apresentar denúncia contra você, é preciso mudar de posição’. Enquanto não houver denúncia, você permanece no cargo”, disse o presidente.

Em carta aberta, Juscelino Filho afirmou que tomou “uma das decisões mais difíceis” de sua trajetória política ao solicitar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva o desligamento do cargo de ministro das Comunicações. “Não o fiz por falta de compromisso, muito pelo contrário. Saio por acreditar que, neste momento, o mais importante é proteger o projeto de país que ajudamos a construir e em que sigo acreditando”, escreveu o ministro.

Mais cedo, em nota, a defesa de Juscelino negou irregularidades. “Como deputado federal, no mandato anterior, Juscelino Filho limitou-se a indicar emendas parlamentares para custear a realização de obras em benefício da população.”Ano passado, ele prestou esclarecimentos ao presidente Lula sobre o caso e alegou inocência.

A denúncia da PGR é a primeira contra um integrante do alto escalão do governo Lula. Juscelino Filho foi indiciado pela PF em junho do ano passado, por uso irregular de recursos públicos para a pavimentação de estradas que dão acesso a propriedades de sua família na cidade de Vitorino Freire (MA). O desvio teria ocorrido via Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).

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