
O presidente Lula (PT) se reúne na manhã desta quarta-feira (12) com ministros e auxiliares para debater a reação brasileira à taxação de aço e alumínio imposta por Donald Trump ao Brasil e a outros parceiros comerciais. A conversa desta quarta, porém, se dá em termos mais amplos do que a reação econômica.
“Está claro que, se adotarmos a reciprocidade, será por conta da intransigência americana. Trump está desgastando o bolsonarismo. Uma ala da direita vai ter de optar entre defender o interesse nacional ou a ideologia cega”, define um auxiliar do petista.
Um ministro explica que a posição do governo americano, que vem gerando reações no mundo inteiro e nos mercados, abriu um flanco para a retomada do discurso de “um governo que age em defesa dos interesses do país independentemente de ideologia”.
Como o blog antecipou há semanas, o Brasil tem um cardápio de produtos que podem ser sobretaxados para retribuir a ação do americano. “Nós vamos agir. O que se debate agora é quando”, diz uma fonte do Itamaraty.
O governo estuda puxar o Legislativo para o debate, levando um projeto de lei ou uma medida provisória que trate de proteger setores estratégicos, como o agro, em caso de novas medidas tarifárias dos americanos. Seria uma forma de impor às bancadas importantes uma tomada de posição pragmática sobre o tema.
A ação de Trump tem, inclusive, ajudado a bancada do governo a argumentar contra a indicação de Eduardo Bolsonaro (PL-RJ) para a presidência da Comissão de Relações Exteriores, já que ele é um defensor confesso do americano.