“Tudo indica que em breve teremos o anúncio do novo CNU”, afirma Esther

 Antônio Cruz/Agência Brasil

No primeiro balanço após a divulgação dos resultados finais do primeiro Concurso Nacional Unificado (CNU), a ministra da Gestão e da Inovação, Esther Dweck, praticamente confirmou que haverá uma segunda edição do certame, em data ainda não definida. De acordo com a ministra, “tudo indica que em breve teremos o anúncio do novo CNU”

Esther Dweck comemorou os resultados da primeira edição, especialmente no que diz respeito à democratização do acesso, com candidatos aprovados nos 27 estados e em 908 cidades de todo o Brasil. De acordo com os dados oficiais, um terço do total de 6.640 aprovados são negros, indígenas ou pessoas com deficiência (PCD).

De acordo com o MGI, pessoas negras representaram 18,8% dos inscritos e 24,5% dos aprovados. Indígenas representaram 2,29% dos aprovados (0,46% dos inscritos). E pessoas com deficiência somaram 6,79% dos aprovados (2,06% dos inscritos.

“O concurso realmente democratizou o acesso e está aumentando a inclusão no serviço público. Então, estamos muito felizes. Na verdade, nas três categorias, pessoas negras, indígenas e pessoas com deficiência, passaram para ampla concorrência, além das pessoas que entraram pelas cotas. Então os percentuais das pessoas que entraram nos três grupos é superior ao que tinha de vagas de cotas, demonstrando que a gente conseguiu o que a gente queria muito, que a cota fosse um piso e não um teto. Uma informação é importante: caso não houvesse as cotas, o percentual seria muito mais baixo”, explicou a ministra.

Ainda assim, 20% do total de aprovados mora no Distrito Federal. Na divisão regional, 32,9% dos aprovados são da região Sudeste; 26% do Nordeste, 25,65 do Centro-Oeste (percentual impactado por Brasília), 9,8% da região Sul e 5,6% da região Norte.

Entre os aprovados, os homens representam 63% (4.193), frente a 37% (2.447) de mulheres. Dois oito blocos do concurso, apenas o bloco 5, Educação, Saúde, Desenvolvimento Social e Direitos Humanos teve um número maior de aprovados do sexo feminino. De acordo com a ministra, esse dado merecerá um estudo aprofundado, considerando que o percentual de mulheres inscritas era significativamente maior.

“Isso é algo que a gente vai estudar. É uma das coisas que o grupo que envolve Ipea, Enap e MGI vai se debruçar. A gente está comparando com outros concursos. Já viu que, em alguns concursos de carreiras que estão ali, o percentual era inferior a esse na aprovação de mulheres, o que talvez então tenha sido um aumento e não uma redução”, disse Esther.

Em relação à segunda edição do CNU, a ministra, que sempre indicou essa possibilidade, foi ainda mais enfática e deu a entender que restam apenas detalhes para que o novo certame seja anunciado.

“Em breve, anunciaremos a novo concurso. Ainda não será hoje. Mas, sim, por tudo o que indica, em breve teremos o anúncio de um novo CPNU”.

Desafio de integração dos novos servidores

Na avaliação da professora Renata Vilhena, presidente do Conselho da República.org, o CNU foi um grande avanço na democratização do acesso ao serviço público e por determinar o curso de formação, em alguns casos, como eliminatório e classificatório. Na avaliação da pesquisadora, o próximo desafio do governo será a integração dos novos 6.640 servidores à Administração federal. E pensar o próximo concurso superando “o modelo tradicional de provas objetivas únicas, incorporando etapas que avaliem a aptidão dos candidatos, como previsto na nova Lei de Concursos Públicos”.

“Essa mudança deve estender-se à melhor organização das carreiras, evitando a proliferação de cargos com funções semelhantes e remunerações diferentes, uma das causas das ineficiências e desigualdades no serviço público. ”, concluiu a presidente do Conselho da República.org.

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