Após novos casos de violência policial em SP, Tarcísio defende Derrite: ‘olha as estatísticas’

 Foto: Rogério Cassimiro/Secom/GESP

Após virem à tona novos casos de violência policial no Estado de São Paulo nos últimos dias, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) defendeu nesta quarta-feira (4) o trabalho do secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite (PL).

Em uma viagem a Brasília, ao ser questionado pela imprensa sobre a possibilidade de demitir Derrite do cargo e se considerava que o secretário estava fazendo um bom trabalho, Tarcísio se limitou a responder: “Olha os números que você vai ver que está [fazendo um bom trabalho]”. Diante da insistência dos jornalistas, repetiu: “Olha as estatísticas”. Ele, no entanto, não informou quais seriam esses dados.

O governador viajou à capital federal, em meio à repercussão negativa sobre segurança pública no estado, para receber uma medalha da Câmara dos Deputados, que é concedida a personalidades e entidades que prestaram serviços relevantes ao poder legislativo ou ao país.

Em relação ao jovem de 25 anos que foi arremessado do alto de uma ponte por um policial militar na Zona Sul de São Paulo, Tarcísio afirmou que o agente não matou a vítima e que ela teve ferimentos leves. “O que aconteceu foi muito ruim, vamos tomar providência”, disse.

Aumento da violência policial

Nesta semana, casos envolvendo abuso de autoridade e letalidade policial ganharam repercussão entre autoridades e entidades de direitos humanos. No domingo (1°), um policial militar foi flagrado arremessando um jovem em um córrego durante abordagem no bairro Vila Clara.

O jovem tinha furtado quatro pacotes de sabão no mercado Oxxo no bairro Jardim Prudência, na Zona Sul da capital. O PM Vinicius de Lima Britto estava no caixa pagando pelas compras, quando percebeu a ação.

Vinicius sacou a arma e atirou diversas vezes pelas costas de Gabriel, que tentava fugir. O jovem morreu no chão do estacionamento. Segundo o boletim de ocorrência, foram encontradas 11 perfurações pelo corpo dele.

Dados do Ministério Público também apontam que as mortes cometidas por policiais militares no estado de São Paulo aumentaram 46% até 17 de novembro deste ano, se comparado a 2023, durante a gestão Tarcísio de Freitas.

De janeiro a 17 de novembro deste ano, 673 pessoas foram mortas por policiais militares, contra 460 nos 12 meses do ano passado. Dessas 673 mortes, 577 foram praticadas por policiais em serviço, ou seja, trabalhando, e 96, de folga. Média de duas pessoas mortas por dia.

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