Em discurso a representantes da sociedade civil que participaram do G20 Social, Lula faz referência à pauta em discussão no Brasil sobre a escala 6X1 de trabalho, ao destacar que o G20 precisa discutir uma série de medidas para reduzir o custo de vida e “promover jornada de trabalho mais equilibrada”.
Na plateia, estudantes da UERJ carregavam faixas sobre o tema. O presidente cobrou dos países ricos ajuda para financiar a proteção às florestas. Este é um dos maiores nós enfrentados nas negociações que estão sendo travadas na COP29 em Baku, no Azerbaijão, e um dos temas mais difíceis enfrentados pelos diplomatas que costuram o comunicado final a ser aprovado pelos líderes do G20 no Rio.
Lula disse que a mudança do clima “já não é mais uma questão da ninistra (do Meio Ambiente) Marina Silva ou da USP, mas “o que estamos vendo acontecer no nosso quintal, na nossa rua, no nosso bairro. O clima está mudando e, se tem um responsável, ele se chama ser humano”.
Ele afirmou que todos falam da Amazônia, mas que a COP30, sob presidência brasileira e cuja sede será a capital do Pará, mostrará que é a vez de Amazônia dizer ao mundo o que quer.
“Agora chegou a hora de a Amazônia falar para o mundo o que é que nós queremos. As pessoas têm que saber que, embaixo de cada copa de árvore, tem um ser humano, tem um pescador, tem um seringueiro, tem um indígena, tem um pequeno trabalhador rural, tem um extrativista. E a pessoa tem que saber que, para que a gente possa proteger a nossa floresta, esse povo tem que comer, e, para ele comer, os países ricos têm que ajudar a financiar a proteção da nossa floresta”, disse. Ele quer que o G20 SOCIAL se repetia nas próximas edições do G20 e pediu apoio do secretário-geral da ONU, António Guterres, para que aconteça.
Críticas de Lula ao mercado
Mais uma vez, Lula não poupou críticas aos mercados e criticou o que chamou de dissonância entre voz dos mercados e voz das ruas. Lula disse que o G20 se consolidou com principal fórum de cooperação econômica mundial e como importante espaço de concertação política, mas destacou que a economia e a política internacional não são monopólio de especialistas e nem de burocratas.
“Elas não estão só nos escritórios da bolsa de Nova Iorque ou na bolsa de São Paulo, nem só nos gabinetes de Washington, Pequim, Bruxelas ou Brasília. Fazem parte do dia a dia de cada um de nós, alargando ou estreitando as nossas possibilidades”, disse.