O empresário Chairon Luiz, filho de Francisco Wanderley Luiz, autor do ataque à bomba na Praça dos Três Poderes, disse em depoimento à Polícia Federal que percebeu que as últimas mensagens que trocou com o pai tiveram um tom de despedida.
A coluna obteve o depoimento de Chairon. Ele afirmou aos policiais que teve conhecimento dos fatos pela imprensa e que, ao reler as conversas mais recentes que teve com Francisco Wanderley Luiz, conhecido como Tiu França, percebeu que se tratava de uma espécie de adeus. Segundo ele, a última troca de mensagens ocorreu na terça-feira passada (12), por WhatsApp. A PF teve acesso ao conteúdo do diálogo.
“Após o ocorrido, ao reler as últimas mensagens, passou a ter uma melhor compreensão dos fatos, parecendo que se tratava de uma despedida”, afirmou em oitiva à PF.
O empresário disse que a mudança do pai de Rio do Sul, em Santa Catarina, para Brasília teria se dado pelo suposto desejo de fugir do clima frio da região.
Ele afirmou que Francisco Wanderley Luiz tinha uma renda mensal em torno de R$ 5 mil provenientes do aluguel de pequenas casas na cidade. Chairon negou ter qualquer relacionamento financeiro com o pai e disse desconhecer quem possa ter apoiado o ataque. Afirmou ainda que não imaginava que seu pai pudesse praticar um ato desse tipo e garantiu desconhecer qualquer motivo da ação. O empresário afirmou que seu pai tinha convicções políticas, mas que ele não o considerava uma pessoa extremista.
Chairon confirmou que seu pai foi candidato a uma vaga na Câmara dos Vereadores em Rio do Sul no ano de 2020, mas disse não saber se é filiado a algum partido político. Na ocasião ele concorreu ao posto pelo PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. A PF apurou que Francisco Wanderley Luiz seguia filiado à sigla até hoje.
Chairon explicou que não morava com o pai porque ele havia se separado de sua mãe. Afirmou, porém, que Wanderley teria outro relacionamento.
A PF também colheu o depoimento desta ex-companheira de Francisco Wanderley Luiz, que não era a mãe de Chairon. Como revelou a Globonews, ela afirmou aos investigadores que seu ex-marido “queria matar o ministro Alexandre de Moraes e quem mais estivesse junto na hora do atentado”.