Em solenidade realizada no Centro de Operações e Inteligência, localizado no Centro Administrativo da Bahia (CAB), que marcou a apresentação do Projeto de Lei para a criação da Bahia Filmes, o secretário de Cultura Bruno Monteiro, além de comentar sobre o novo empreendimento audiovisual, também debateu temas como Blocos Afro e carnaval.
“Nós lançamos na semana passada uma nova edição do Carnaval Ouro Negro com R$ 15 milhões de apoio as entidades Afro, não apenas nas festas de Salvador, mas também nos carnavais dos interiores, na micareta de Feira de Santana e nas demais festas populares da Bahia”, explicou o gestor.
Bruno Monteiro destacou a origem dos recursos que vão reforçar o suporte ao carnaval Afro. “Vamos lançar agora a política nacional Aldir Blanc, um programa de apoio permanente aos Blocos Afro, que é uma reinvindicação histórica do setor. São entidades que não recebem apoio privado, então fazemos esse conjunto de políticas para fortalecimento dessa matriz identitária.”
O secretário comentou sobre a desvalorização sofrida pelos blocos de matrizes africanas, em função de diretrizes estabelecidas pelas empresas de comunicação durante o carnaval.
“Muitos acabam sendo colocados em um horário que a distribuição que não é justa com essas manifestações culturais. O que queremos é um diálogo pra que todos sejam valorizados, em um horário condizente com a tradição ou em um horário de boa audiência,” e acrescentou: “Precisamos que a imprensa mude a postura: no momento que eles passem, a televisão não vá para o comercial ou se transmita outro circuito. Precisamos que toda essa riqueza cultural seja mais difundida.”
Ele também debateu a questão da possibilidade abertura de novos circuitos de carnal na capital baiana e como o governo tem se portado frente a esta hipótese.
“É uma questão que envolve toda a cadeia do carnaval: os cordeiros, os vendedores ambulantes, a polícia, todos que fazem o carnaval acontecer. O governo fez sua parte já no carnaval deste ano trazendo atrações para o circuito do campo grande, o circuito Osmar. Reativamos esse circuito, ele teve mais movimento. Mas precisamos pensar mais alternativas para que o carnaval possa se espalhar pela cidade. Uma opção é o carnaval de bairro. Apoiamos a festa no Nordeste de Amaralina, que cresce a cada ano. Queremos discutir esse tema, para que o carnaval seja ainda melhor e mais inclusivo”, concluiu Bruno.