O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que o trabalho do país “ainda não terminou”, após o exército confirmar a morte do chefe do grupo extremista Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah, neste sábado (28).
Nasrallah foi morto em um ataque nesta sexta-feira (27), nos subúrbios ao sul de Beirute, no Líbano. Ele comandava o Hezbollah desde 1992 e era considerado uma figura importante no Oriente Médio.
Além do chefe do grupo, as Forças de Defesa de Israel afirmaram que “eliminaram” outros nove líderes do Hezbollah.
Netanyahu disse que Nasrallah era o “principal motor do eixo do mal do Irã” e o classificou como “não um terrorista, mas o terrorista”.
“A eliminação de Nasrallah é um passo necessário para mudar o equilíbrio de poder no Oriente Médio”, afirmou o primeiro-ministro. E completou: “Nosso trabalho não terminou, dias desafiadores estão à frente”.
Mais cedo, um porta-voz das Forças de Defesa de Israel disse que o país deve promover novos ataques no Líbano para atingir estruturas do Hezbollah.
O que está acontecendo
Israel e Hezbollah vem trocando ataques mais intensamente há uma semana, que já deixaram mais de 700 mortos no Líbano e provocaram o mais êxodo do país desde a guerra de 2006, também entre Israel e Hezbollah.
O Exército de Israel informou que enviou duas brigadas para o norte de Israel e está acionando três batalhões da reserva para uma possível incursão terrestre no Líbano. Por enquanto, porém, essa incursão não foi confirmada.
Apesar das mortes e dos milhares de desabrigados, o Ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse, neste sábado, que a guerra não é contra o povo libanês.
“Ele (Nasrallah) foi o assassino de milhares de israelenses e cidadãos estrangeiros. Ele era uma ameaça imediata às vidas de milhares de israelenses e outros cidadãos”, declarou o ministro. “Ao povo do Líbano, eu digo: Nossa guerra não é com vocês. É hora de mudar.”
Os conflitos no Oriente Médio começaram em 7 de outubro do ano passado, quando o grupo extremista Hamas, da Faixa de Gaza, atacou uma festa rave em Israel e outros pontos do país, deixando mais de 1.200 mortos e sequestrando centenas de israelenses.
Israel passou a atacar a Faixa de Gaza na sequência, alegando que o alvo eram integrantes do Hamas. No entanto, os ataques que ocorrem desde então devastaram a região da e deixaram mais de 40 mil palestinos mortos, a grande maioria de civis.
Em apoio ao Hamas, o Hezbollah também começou a atacar Israel ainda no ano passado. O conflito entre o exército israelense e o grupo libanês permanece desde então, mas se intensificou na semana passada, após explosões em série de pagers e walkie-talkies de membros do Hezbollah, que acusam Israel pelo ataque.