O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira (6/9) que “alguém que pratica assédio não vai ficar no governo”, ao ser questionado sobre as denúncias de assédio moral e sexual envolvendo o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida. De acordo com o site Metrópoles, entre as mulheres supostamente assediadas está a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. O presidente afirmou ainda que vai conversar com o ministro na tarde desta sexta-feira e que Almeida tem “o direito de se defender”.
“Não posso permitir que tenha assédio. Vamos ter que apurar corretamente. Acho que não é possível a continuidade no governo, porque o governo não vai fazer jus ao seu discurso da defesa das mulheres e da defesa dos direitos humanos, com alguém que esteja sendo acusado de assédio”, disse em entrevista à Rádio Difusora, de Goiânia.
De acordo com a organização de defesa das mulheres vítimas de violência sexual, Me Too Brasil, há uma série de denúncias e as denunciantes “foram atendidas por meio dos canais de atendimento da organização e receberam acolhimento psicológico e jurídico”. Uma autoridade do governo federal confirmou ao JOTA, sob condição de anonimato, a existência de rumores sobre o suposto assédio à ministra da Igualdade Racial.
A Me Too Brasil disse que o caso foi revelado à imprensa, com a autorização das vítimas, porque “como ocorre frequentemente em casos de violência sexual envolvendo agressores em posições de poder, essas vítimas enfrentaram dificuldades em obter apoio institucional para a validação de suas denúncias”. De acordo com a entidade, as denunciantes “foram atendidas por meio dos canais de atendimento da organização e receberam acolhimento psicológico e jurídico”.
Em nota, o ministro Silvio Almeida negou as acusações e afirmou que repudia “com absoluta veemência as mentiras que estão sendo lançadas contra mim”. “Repudio tais acusações com a força do amor e do respeito que tenho pela minha esposa e pela minha amada filha de 1 ano de idade, em meio à luta que travo diariamente em favor dos direitos humanos e da cidadania neste país. Toda e qualquer denúncia deve ter materialidade. Entretanto, o que percebo são ilações absurdas com o único intuito de me prejudicar, apagar nossas lutas e histórias, e bloquear o nosso futuro”, afirmou Almeida.
A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República declarou que o ministro foi convocado para prestar esclarecimentos ao controlador-geral da União, Vinícius Carvalho, e ao advogado-geral da União, Jorge Messias. Também afirmou que a Comissão de Ética da Presidência abriu um procedimento para apurar o caso e encaminhará ofício à CGU, ao Ministério da Justiça e à PGR para que investiguem o caso.