As investigações da Polícia Federal sobre o esquema de espionagem, que ficou conhecido como “Abin paralela”, apontam que, entre os diversos alvos, estavam o ex-deputado federal baiano Jean Wyllys e os seus familiares.
De acordo com o relatório, “os investigados empregaram todos os esforços, inclusive com a realização de ações clandestinas em relação aos parentes do monitorado”. Em mais de uma conversa, os membros da organização conversam sobre como identificar o celular usado pelo ex-deputado.
“Fala amigão. Eles são muito ariscos. Trocam o chip a todo instante. Mas consegui um número que o Jean usou para baixar o Telegram”, escreveu um dos interlocutores, em uma das conversas de WhatsApp obtidas pela PF.
Em outro trecho, os usuários conversam sobre a suspeita de que Wyllys estivesse nos Estados Unidos, usando um número de telefone que teria a foto de sua irmã no WhatsApp. De acordo com as autoridades, as ações datam do período em que o ex-deputado renunciou ao seu mandato na Câmara dos Deputados e passou a ministrar aulas sobre fake news na Universidade de Harvard, nos EUA.
INVESTIGADOS
Diversas figuras públicas foram espionadas pelo esquema ilegal montado na Abin. Entre eles estavam os ministros do STF Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Luís Roberto Barroso e Luiz Fux. Além do atual presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira e o seu antecessor, Rodrigo Maia.
O deputado Kim Kataguiri, a ex-deputada Joice Hasselmann, os senadores Alessandro Vieira, Omar Aziz, Randolfe Rodrigues e Renan Calheiros e o ex-governador de São Paulo João Dória também foram investigados pelo esquema.