Em meio às pressões e críticas sobre a gestão e o mercado financeiro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad afirmou, neste sábado (15), que o Brasil é uma encrenca, e um negócio difícil de administrar, mas que não precisa ser o quintal de ninguém.
Em São Paulo, Haddad participou de um evento sobre empreendedorismo, onde disse que, em Brasília, precisa sempre se defender do Legislativo.
‘É que quando a gente vai a Brasília, a gente não dialoga com o serviço público propriamente dito. A gente vai lá se defender do que está acontecendo. A todo momento você fica apreensivo. Que lei vão aprovar? O que vão fazer? Que maluquice é essa? O que estão falando? Por que não se dedicam a coisas sérias que vão mudar a vida das pessoas? Para quê essa espuma toda para criar cizânia na sociedade, briga na família? Por que a gente não foca naquilo que vai mudar para melhor a vida das pessoas?’.
O ministro da Fazenda afirmou ainda que, às vezes, quem está em posição de poder, não faz a coisa certa pelo país, e que nunca viu um país dar certo sem um projeto coletivo. O ministro destacou o contexto internacional desafiador, mas ponderou que o Brasil tem condições de ser amigo de todo mundo, citando China, Europa e Estados Unidos.
Lula sai em defesa de Haddad
Neste sábado (15), o presidente saiu em defesa do ministro, dizendo que ele nunca ficará enfraquecido. Lula foi questionado sobre a possibilidade de um ajuste com corte de gastos e disse que vai se reunir com Haddad para ouvir a proposta. Ele afirmou, no entanto, que não vai aceitar ajuste em cima dos mais pobres e aproveitou para rebater críticas em relação à condução da economia.
Haddad disse ainda que o Brasil tem condições de ser uma potência socioambiental, mas alertou para a necessidade de investimento em tecnologia de desenvolvimento sustentável. Segundo o ministro, países desenvolvidos podem levantar questionamentos sobre a sustentabilidade da produção nacional como forma de bloquear exportações brasileiras.